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Cinco diretores da Infraero estão com mandato vencido
Os dirigentes da estatal que administra aeroportos são mantidos no cargo por indecisão do Ministério da Defesa
O fato de os diretores estarem com o mandato vencido pode facilitar o trabalho de Nelson Jobim de promover substituições
ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DA BRASÍLIA
Os mandatos dos cinco diretores da Infraero -a estatal que
administra os aeroportos do
país- terminaram em 1º de
abril, mas eles vêm sendo mantidos nos cargos por falta de decisão do Ministério da Defesa.
O fato de os diretores estarem com o mandato vencido
pode facilitar o trabalho do novo ministro da Defesa, Nelson
Jobim, de promover substituições na diretoria da Infraero.
Cabe ao ministro da Defesa
reunir o conselho de administração da empresa para decidir
se mantém ou troca os dirigentes após o término do mandato.
A Folha apurou que o ex-ministro Waldir Pires não incluiu
o tema na pauta nas últimas
reuniões e, no mês de julho,
não chegou a convocar nenhuma reunião do conselho, por
pressões políticas.
Pires deixou o cargo na última quarta-feira.
Dos cinco dirigentes da empresa, pelo menos dois têm padrinhos políticos conhecidos:
os diretores de administração e
engenharia.
A diretora de engenharia,
Eleuza Lores, é ligada ao PT e
também ao presidente do
PMDB, deputado federal Michel Temer (SP). Responsável
pelas obras da Infraero, incluindo a reforma no aeroporto
de Congonhas, ela estava de férias quando ocorreu o acidente
da TAM, em 17 de julho, e não
interrompeu o descanso mesmo após a tragédia.
Até hoje, dez dias depois do
acidente, Eleuza não se manifestou sobre a obra na pista de
Congonhas que autorizou. A
Folha já procurou Eleuza várias vezes depois do acidente,
mas ela informou que não falaria porque está de férias.
Além da Eleuza, também são
indicações políticas o próprio
presidente da estatal e o diretor
de administração da empresa,
Marco Antonio Marques de
Oliveira. Funcionário de carreira, ele é ligado ao PMDB governista e ao governador de Minas, Aécio Neves (PSDB).
A Infraero tem cinco diretorias: operações, administração,
comercial, financeiro e engenharia. Os diretores têm mandato de dois anos e podem ser
reeleitos por mais dois. Os salários são de cerca de R$ 18,6 mil.
Todos os atuais diretores foram
indicados pelo deputado Carlos
Wilson (PT-PE), que antecedeu José Carlos Pereira no comando da empresa.
Para o relator da CPI do Apagão Aéreo do Senado, Demóstenes Torres (DEM-GO), a única forma de o novo ministro da
Defesa melhorar a Infraero é
mudar a diretoria da empresa.
"É lá que estão os problemas.
Precisa tirar os ratos de lá, não
adianta tirar o presidente."
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