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Projeto tem que ser votado no Congresso
da Reportagem Local
A polêmica sobre o aborto foi
reativada na semana passada,
quando a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados aprovou um projeto que
obriga todos os hospitais credenciados do SUS (Sistema Único de
Saúde) a atender pedidos de interrupção de gravidez originada de
estupro ou quando há risco de vida
para a gestante.
O projeto, de autoria dos deputados Eduardo Jorge (PT-SP) e Sandra Starling (PT-MG), ainda tem
que ser votado no plenário da Câmara e no Senado.
O texto não legaliza o aborto,
porque a realização da cirurgia em
caso de estupro ou risco de vida é
legal há 57 anos. Esses dois casos
estão previstos no Código Penal.
Com o projeto, no entanto, os
hospitais não vão mais poder se
negar a realizar o aborto nas vítimas de estupro.
Hoje, a grande maioria dos hospitais exige conclusão do inquérito
policial ou autorização judicial para atender o pedido. Os dois podem demorar mais do que os nove
meses da gestação. Se o projeto for
aprovado, o hospital terá de realizar o aborto em sete dias.
O texto, no entanto, dá direito ao
médico -mas não ao hospital-
de se recusar a fazer a cirurgia, por
ser contrário ao aborto.
Oposição
Vários setores da sociedade já se
manifestaram contra o projeto de
lei, entre eles o próprio ministro
da Saúde, Carlos Albuquerque
(leia texto abaixo).
Na Câmara, o deputado Salvador
Zimbaldi (PSDB-SP) está na liderança contra a aprovação do texto.
Ele aposta que ele será rejeitado
em plenário.
Para aprovação ou rejeição, é
preciso haver a metade mais um
dos votos dos presentes. O quórum para que haja a votação é de
257 deputados.
A Igreja Católica é contra qualquer forma de aborto e, por consequência, também contra o projeto.
O secretário-geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil), d. Raymundo Damasceno,
defende a desobediência à lei (se
ela for aprovada).
Segundo ele, que é o segundo na
hierarquia da principal entidade
da Igreja Católica no Brasil, "os
diretores dos hospitais podem se
recusar a cumprir a lei".
(LM)
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