São Paulo, Terça-feira, 28 de Setembro de 1999
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Monitores protestam e ameaçam fazer greve dia 15

da Reportagem Local

A Febem Imigrantes enfrentou ontem o primeiro dia de rebelião dos funcionários, que atrasaram em 1 hora e 20 minutos a entrada no turno da manhã e fizeram um ato na frente da unidade.
Cerca de 60 pessoas participaram da mobilização, segundo o sindicado dos funcionários da Febem. A direção da fundação estima que o número seja menor.
Dentro o complexo, funcionários da noite garantiram o funcionamento normal da unidade.
O sindicato garante que esse foi o primeiro de uma série de protestos contra o governo do Estado e ameaça com uma greve geral dos monitores no dia 15.
Os monitores também pretendem parar de fazer horas extras para compensar vagas não preenchidas no quadro da Febem.
""Estamos sem saída: quando reagimos à fuga, somos acusados de maus-tratos. Quando não reagimos, somos acusados de facilitar a fuga", disse Adalberto Carlos da Silva, diretor do sindicato.
O governador Mário Covas, ao ser informado anteontem do risco de haver greve, ameaçou demitir funcionários. Em seguida, afirmou estar convencido de que ""há um arranjo interno que facilita fugas na Febem".
""Eles exercem atividade essencial e terão de cumprir a lei. Caso contrário, serão demitidos", disse o presidente da Febem, Guido Antonio Andrade.
Andrade negou que esteja havendo perseguição dos funcionários. ""Não fui eu quem prendi os monitores, foi a polícia", disse.
Oito funcionários do Complexo Imigrantes foram indiciados pela polícia desde o dia 11 -cinco por agressão e três deles, presos em flagrante, por facilitação de fuga.
Nas últimas duas semanas, os monitores foram chamados de ""trogloditas" e apontados pelo governo como responsáveis pela crise na Febem.
A assessoria de imprensa da fundação informou ontem que a rotina de trabalho estava normal nos dois complexos -Tatuapé e Imigrantes-, apesar da mobilização do sindicato.
Dentro das unidades, os adolescentes infratores pedem, principalmente, o aumento no número de técnicos. São esses profissionais que mandam relatórios à Justiça recomendando ou não a soltura dos internos.
Também acusam funcionários de agressão e maus-tratos.
No depoimento prestado ontem à polícia, os monitores acusados de maus-tratos negaram os crimes. ""Quero encerrar o inquérito ainda esta semana", disse o delegado Francisco de Paula Santos, que cuida do caso.
Outros três funcionários da Febem ainda estavam presos ontem.



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