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Monitores protestam e ameaçam fazer greve dia 15
da Reportagem Local
A Febem Imigrantes enfrentou
ontem o primeiro dia de rebelião
dos funcionários, que atrasaram
em 1 hora e 20 minutos a entrada
no turno da manhã e fizeram um
ato na frente da unidade.
Cerca de 60 pessoas participaram da mobilização, segundo o
sindicado dos funcionários da Febem. A direção da fundação estima que o número seja menor.
Dentro o complexo, funcionários da noite garantiram o funcionamento normal da unidade.
O sindicato garante que esse foi
o primeiro de uma série de protestos contra o governo do Estado
e ameaça com uma greve geral
dos monitores no dia 15.
Os monitores também pretendem parar de fazer horas extras
para compensar vagas não preenchidas no quadro da Febem.
""Estamos sem saída: quando
reagimos à fuga, somos acusados
de maus-tratos. Quando não reagimos, somos acusados de facilitar a fuga", disse Adalberto Carlos
da Silva, diretor do sindicato.
O governador Mário Covas, ao
ser informado anteontem do risco de haver greve, ameaçou demitir funcionários. Em seguida, afirmou estar convencido de que ""há
um arranjo interno que facilita fugas na Febem".
""Eles exercem atividade essencial e terão de cumprir a lei. Caso
contrário, serão demitidos", disse
o presidente da Febem, Guido
Antonio Andrade.
Andrade negou que esteja havendo perseguição dos funcionários. ""Não fui eu quem prendi os
monitores, foi a polícia", disse.
Oito funcionários do Complexo
Imigrantes foram indiciados pela
polícia desde o dia 11 -cinco por
agressão e três deles, presos em
flagrante, por facilitação de fuga.
Nas últimas duas semanas, os
monitores foram chamados de
""trogloditas" e apontados pelo
governo como responsáveis pela
crise na Febem.
A assessoria de imprensa da
fundação informou ontem que a
rotina de trabalho estava normal
nos dois complexos -Tatuapé e
Imigrantes-, apesar da mobilização do sindicato.
Dentro das unidades, os adolescentes infratores pedem, principalmente, o aumento no número
de técnicos. São esses profissionais que mandam relatórios à Justiça recomendando ou não a soltura dos internos.
Também acusam funcionários
de agressão e maus-tratos.
No depoimento prestado ontem à polícia, os monitores acusados de maus-tratos negaram os
crimes. ""Quero encerrar o inquérito ainda esta semana", disse o
delegado Francisco de Paula Santos, que cuida do caso.
Outros três funcionários da Febem ainda estavam presos ontem.
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