São Paulo, Terça-feira, 28 de Setembro de 1999
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Promotor defende medida

LILIAN CHRISTOFOLETTI
da Reportagem Local

Para o promotor Ebenezer Salgado Soares, da Vara da Infância e da Juventude de São Paulo, a atitude da Secretaria da Segurança Pública de colocar policiais dentro da Febem é uma reação compatível com a situação de emergência vivida pela instituição.
"Do jeito que estava, não podia continuar", afirmou Soares.
"A instituição abriga menores que praticaram crimes graves. Não é possível generalizar e dizer que são menores carentes. São adolescentes que praticaram algum ato criminal. Era preciso fazer algo", disse o promotor.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), Pedro Dallari, critica a medida.
"A presença da polícia na Febem é uma forma de mascarar os problemas da instituição."
Para ele, a origem das fugas está no tratamento precário dado aos internos. "Pelo jeito, os maus-tratos vão continuar, mas lá estará a Polícia Militar armada para impedir que os meninos tentem fugir."
Para Dallari, o melhor seria respeitar o estatuto do menor e melhorar o ambiente da Febem.
O sociólogo Túlio Khan, do Ilanud -entidade da ONU que estuda violência e criminalidade-, disse que o reforço da segurança era necessário. "Não sei ainda se a PM é a melhor opção para fazer a segurança dos internos e como essa segurança está sendo feita. Isso precisa ser questionado", disse.



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