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ADMINISTRAÇÃO
No caso de imóveis residenciais, índice máximo, que tem como base valor venal, é de 1,6%; isenção beneficia 1,6
milhão
Alíquota do IPTU progressivo chega a 1,8%
JOÃO CARLOS SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
O IPTU progressivo que deverá
entrar em vigor a partir de 2002
em São Paulo prevê um escalonamento de alíquotas que pode variar de 0,8% a 1,6% para imóveis
residenciais e de 1,2% a 1,8% para
imóveis comerciais e terrenos.
Esses índices são os usados pela
prefeitura para calcular o imposto
a ser cobrado. Eles são aplicados
sobre o valor venal dos imóveis
-base para cálculo do imposto.
A diferença em relação ao IPTU
(Imposto Predial e Territorial Urbano) deste ano é que todos os
contribuintes foram taxados por
uma alíquota fixa de 1%.
No imposto de 2002, isso muda.
O tributo não será calculado sempre com base em uma única alíquota. Isso ocorrerá porque as
porcentagens são escalonadas por
frações do valor do imóvel.
Um imóvel residencial que tenha valor venal de R$ 70 mil, por
exemplo, pagará uma alíquota de
0,8% sobre a fração de R$ 50 mil.
Sobre os outros R$ 20 mil, a alíquota será de 1,2%. Fazendo as
contas, o valor total de imposto
que terá de ser pago por esse contribuinte será de R$ 600.
O valor corresponde a 0,85% do
valor venal do imóvel (veja quadro nesta página).
A proposta da prefeitura para o
IPTU será enviada à Câmara Municipal na próxima semana, onde
poderá sofrer alterações. Para
aprová-lo, será necessário o voto
favorável de 37 dos 55 vereadores
(leia texto na pág. C4).
Planta genérica
Há ainda outras mudanças propostas pela administração da prefeita Marta Suplicy (PT). Uma delas envolve a revisão da Planta Genérica de Valores (PGV).
É esse documento que estabelece o valor venal de cada construção e de cada terreno da cidade.
A base para a revisão saiu de um
banco de dados com preços de
mercado dos imóveis. A amostra
teve como base 90 mil dados (cerca de 3,5% de todos os imóveis da
cidade). Em média, de acordo
com a prefeitura, o valor venal gira em torno de 70% do valor de
mercado do imóvel.
Como a planta não foi divulgada pela prefeitura, ainda não é
possível determinar os reajustes
máximos e mínimos dos valores
venais. Ontem, foi divulgado apenas que a média da correção desses valores será de 22,6%.
"A planta está com valores que
os munícipes de São Paulo não
aceitariam se aparecesse uma
proposta para vender seus imóveis", disse ontem o chefe de gabinete da Secretaria das Finanças,
Fernando Haddad.
A declaração, de certa forma,
tem o efeito de tranquilizar os
contribuintes. O que Haddad quis
dizer é que, embora a prefeitura
tenha o direito de fixar o valor venal pelo preço exato que o imóvel
vale no mercado, essa situação dificilmente deverá aparecer na nova planta genérica.
A medida não foi adotada, também, por uma questão técnica. "É
uma margem de segurança. O administrador tem de ter a segurança de que não está sobretaxando
ninguém", disse Haddad.
No total, somando os valores
venais de todos os imóveis da cidade lançados na nova Planta Genérica de Valores, a conta chega a
R$ 232 bilhões, segundo os dados
da Secretaria das Finanças.
Pela planta em vigor e usada para o cálculo do imposto deste ano,
a soma de todos os valores venais
é de R$ 166 bilhões.
Isenção
Outro ponto que deverá mudar
em 2002 trata das regras de isenção. A mudança triplicou o número de contribuintes que não terão de pagar imposto no ano que
vem, segundo a prefeitura.
Dois tipos de imóveis entram na
categoria de isentos pela primeira
vez: os comerciais e os terrenos. A
regra vale para imóveis com valor
venal de até R$ 20 mil. Considerando a isenção também para residenciais com valor venal até R$
65 mil, chegará a exatos 1,627 milhão o número de contribuintes
que terão isenção no ano que
vem, segundo a prefeitura.
Para a administração, o total
corresponde a 63% dos contribuintes. Porém, se for considerado o total de 2,5 milhões de contribuintes, também informado
pela prefeitura, esse 1,627 milhão
de isentos corresponde a 65%.
Até este ano, a isenção do IPTU
beneficia 540 mil contribuintes,
segundo a prefeitura.
Pelos dados divulgados ontem,
com as mudanças nas regras de
isenção, sobe de R$ 146 milhões
para R$ 346 milhões o total que a
cidade deixa de arrecadar por
isentar contribuintes do imposto.
O conjunto de mudanças proposto pela gestão Marta, contudo,
prevê um aumento de R$ 536 milhões na arrecadação do IPTU no
ano que vem -passa da previsão
de R$ 1,357 milhão para este ano
para R$ 1,893 milhão, em 2002.
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