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Grupo de apoio já faz ameaças
DA REPORTAGEM LOCAL
A prefeita Marta Suplicy (PT)
tem razão quando diz que terá de
negociar até mesmo com sua base
de sustentação na Câmara para
aprovar o Orçamento de 2002 e o
projeto que prevê a progressividade do IPTU no próximo ano.
Ontem, antes mesmo de a prefeita entregar o projeto ao Legislativo, os vereadores criticavam as
iniciativas. Alguns acusavam o PT
de não cumprir acordos, o que
deve dificultar ainda mais a aprovação das matérias.
Para aprovar sua proposta orçamentária, Marta precisa dos votos
de 28 dos 55 vereadores. Só que o
histórico das últimas votações
não é nada favorável à prefeitura.
Para conseguir os 28 votos para
aprovar a criação de 788 cargos de
confiança, em junho, o governo
teve de fazer um acordo para contar com o apoio do evangélico
Carlos Apolinário (PGT).
Apolinário foi o 28º voto favorável. Em troca, o governo aprovou
na Câmara o projeto que ameniza
as regras do Psiu (Programa de Silêncio Urbano) para os templos.
Mas, para viabilizar o IPTU progressivo, Marta vai precisar de 37
votos. Esse é o número necessário, segundo o presidente da Câmara, José Eduardo Cardozo
(PT), para prever o imposto na
Lei Orgânica do Município.
O vereador Antonio Goulart
(PMDB), por exemplo, que tem
apoiado a prefeita, disse ontem
que "por questões de princípio" é
contrário à isenção do IPTU.
"Acho que todos têm de pagar,
nem que seja um valor simbólico." Goulart também defendeu
que os vereadores tenham direito
a apresentar emendas ao Orçamento de 2002.
Apolinário disse ontem que "o
PT não cumpre sua parte nos
acordos". O projeto dele sobre o
Psiu foi aprovado na Câmara,
mas deve ser vetado pela prefeita.
"O governo não pode ter vergonha de assumir a sua base de
apoio. Ela está aí para para receber o ônus, mas também o bônus
de apoiar o governo", disse a governista Myryam Athiê (PMDB).
Ela avalia que a proposta de IPTU progressivo sofrerá grande resistência dos vereadores, inclusive
da situação. "Temos de saber se
não vai haver cobrança excessiva", disse a vereadora.
Vereadores também estão querendo garantia de sanção do projeto pela prefeitura. Depois da
aprovação do projeto do Psiu, vereadores pressionam para fechar
um acordo, com apoio do governo, para se votar 44 projetos até o
final do ano. Seria um projeto por
vereador que ainda não teve nenhuma proposta aprovada neste
ano na Casa.
"A Câmara está trabalhando
muito para o governo e pouco para a cidade", afirmou o líder do
PTB, Celso Jatene. "Se isso não
mudar, a má vontade pode ser
grande em relação aos assuntos
do governo", completou.
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