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CASO ABRAVANEL
Informação consta de relatório da Corregedoria da Polícia Civil sobre tiroteio no flat
Mortos estavam com dinheiro
ALESSANDRO SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
Mais um mistério no caso do sequestro do apresentador de TV
Silvio Santos: os dois policiais civis mortos tentando prender o sequestrador Fernando Dutra Pinto
e que aprenderam o resgate pago
estavam com ""grande quantia em
dinheiro", segundo relatório da
Corregedoria da Polícia Civil.
"Estarrece ainda a informação
que veio aos autos que, no bolso
dos policiais mortos, bem como
no quarto onde foi encontrado o
sobrevivente, fora vista grande
quantia em dinheiro", consta do
documento assinado pelos delegados José Eduardo Ielo e Gilberto Peranovich e enviado para o
Conselho da Polícia Civil.
Oficialmente, o valor do resgate
recuperado, R$ 464 mil dos R$
500 mil pagos, havia sido levado
pelo delegado Armando Béllio,
então titular do 91º DP (Ceasa),
uma hora e meia antes do confronto no 10º andar do flat L'Etoile, em Barueri (Grande SP).
O dinheiro citado pela Corregedoria não foi recolhido. Segundo
a Folha apurou, policiais da Deas
(Delegacia Anti-Sequestro), que
chegaram logo depois do tiroteio,
viram as notas e relataram o fato à
Corregedoria. "O dinheiro não
[foi] apreendido, ao que consta,
visto o local não ter sido preservado", está no texto.
A novidade não surpreendeu as
advogadas de Dutra Pinto, Simone Badan Caparroz e Maura Marques. ""Desde o começo, o Fernando vem dizendo que gastou apenas R$ 1.000 do resgate e que um
dos homens que o rendeu perguntou sobre o resto do dinheiro", disse Simone. Até aquele dia,
não se sabia o valor do resgate.
Segundo as advogadas, Dutra
Pinto não assassinou os policiais.
O relatório cita ainda que a pistola do policial Paulo Tamotsu
Tamaki desapareceu, apesar de
Nardis ter dito à Folha que se defendeu com ela e a levou consigo
para o quarto, ao se trancar para
se proteger. Ferido, desmaiou e
diz não ter visto mais a arma.
Na semana passada, outra constatação da polícia complicou o caso: amostras de sangue, analisadas pela perícia, indicaram que
uma quinta pessoa esteve no 10º
andar do flat naquela tarde do dia
28 de agosto, fora os policiais Tamaki e Marcos Amorim Bezerra
-mortos-, o agente Reginaldo
Nardis e o sequestrador.
As investigações sobre o tiroteio
estão em sigilo, por ordem do secretário da Segurança Pública,
Marco Vinicio Petrelluzzi. Ontem, por meio de sua assessoria,
ele disse que irá falar sobre o caso
após o fim do inquérito.
A Corregedoria pediu a abertura de processo administrativo
-fase que pode levar à demissão- contra Béllio. Ele não foi localizado ontem pela Folha.
""Falar é fácil. Quero ver é provar
que tinha dinheiro ali. Se tinha,
por que ninguém preservou o local? O delegado levou tudo. Nós
estávamos ali pensando que iríamos fazer uma boa prisão", disse
o agente policial Nardis.
O delegado Marcelo José do
Prado, de Barueri, que chegou no
final do tiroteio, após a equipe da
Deas, nega ter visto dinheiro. "Se
fosse assim, eu teria apreendido,
como fizemos com R$ 11 que tinha no bolso do Marcos e R$ 21
no de Tamaki." Prado recebeu,
em um saco plástico, as armas
apreendidas por outros policiais.
Colaborou o "Agora"
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