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PORTO ALEGRE
Segundo a Vega, há apenas um aterro que atende às condições do edital e não houve prazo para construir outro
Justiça suspende licitação de coleta de lixo
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
A Justiça gaúcha concedeu liminar à empresa Vega Engenharia
Ambiental para suspender a licitação aberta pela prefeitura para
transporte e destinação do lixo
em Porto Alegre.
A empresa se sentiu prejudicada na concorrência porque haveria apenas um aterro sanitário para o qual o lixo seria enviado, e ela
não teve tempo suficiente para
construir o seu na cidade.
Da decisão tomada pela 3ª Vara
da Fazenda Pública (processo
110730315) no final de agosto, a
Prefeitura de Porto Alegre já entrou com dois recursos.
Licitação
Quanto ao mérito, ainda não
houve uma definição, mas a liminar foi concedida para suspender
o processo licitatório na ação cautelar movida pela Vega.
O único aterro relativamente
próximo de Porto Alegre adequado às exigências do DMLU (Departamento Municipal de Limpeza Urbana) se localiza no município de Minas do Leão, que fica a
92 km da capital gaúcha e pertence à empresa SIL. A SIL, por sua
vez, é controlada pela Copelmi
Mineradora.
Com isso, a empresa, para participar da licitação (de transporte e
destinação), fica dependente da
SIL, o que, no entendimento da
Vega, pode causar desigualdade
entre as empresas participantes
da concorrência.
Prazo
O edital exigia, entre outras providências, que as empresas interessadas tivessem capacidade para receber diariamente 735 toneladas de resíduos, que esse aterro
já estivesse licenciado e que os trabalhadores tivessem um seguro
de vida em grupo.
A Vega reclama na sua ação, por
exemplo, que a prefeitura deveria
ter dado prazo suficiente para o
estabelecimento de aterro.
A prefeitura, segundo o gerente
de comunicação da Vega, Octávio
Nunes, deixou o tempo passar, e
os aterros aos quais são destinados o lixo de Porto Alegre entraram em fase de saturação.
Sebastião Melo afirmou que, em
1999, um parecer do DMLU dizia
que tal situação iria ocorrer no final de 2002. No entanto não foram tomadas providências. Restou, então, o aterro da Copelmi
em Minas do Leão.
Em um primeiro momento, a
Vega entrou, na própria prefeitura, com uma impugnação administrativa.
Como ela não foi deferida, optou pela via judicial com a principal reclamação de que não lhe foi
dado tempo hábil para a construção de seu próprio aterro.
Após o lançamento do edital,
em junho deste ano, 15 empresas
apresentaram propostas. Três foram inabilitadas, restando 12, entre as quais está a Vega.
Crítica
O vereador Sebastião Melo
(PMDB) politiza o assunto, criticando o fato de a Copelmi ter sido
uma das financiadoras (com R$
5.000) da campanha a vereador
em 2000 do diretor do DMLU,
Darci Campani (PT), o que é por
ele reconhecido.
Campani alega, porém, ser natural que uma empresa no ramo
que ele trabalha contribua para
sua campanha. Diz que outras financiadoras, como a Cores, perderam licitações no DMLU.
"É natural que empresas que
atuam no setor onde eu desenvolvo minhas atividades contribuam
para minha campanha. A lista dos
meus financiadores de campanha
é aberta a todos, sem problemas",
afirmou o diretor.
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