São Paulo, terça-feira, 28 de setembro de 2004

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PROSTITUIÇÃO

Mulheres dizem que ele estava no barco, no AM

Polícia investiga deputado do DF em programa sexual feito em iate

KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

Três mulheres reconheceram ontem por meio de fotografias o presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, deputado Benício Tavares Melo (PMDB), como um dos dez homens que estavam em iate de luxo supostamente fazendo um programa sexual.
Elas prestaram depoimento na Deapca (Delegacia Especializada de Assistência e Proteção à Criança e ao Adolescente), que investiga uma nova rota de prostituição infanto-juvenil para turismo sexual no município de Barcelos (450 km a oeste de Manaus) um dos principais destinos de pesca esportiva na região amazônica.
A nova rota foi exposta com o naufrágio de uma embarcação no dia 19, em que morreram cinco meninas -duas menores. As famílias denunciaram que elas foram aliciadas para um programa sexual em um iate. A autônoma Dilcilane de Albuquerque Amorim, 33, conhecida como Dil, foi apontada como aliciadora de 17 garotas e indiciada por favorecimento à prostituição.
Segundo as investigações, o programa sexual no iate Amazônia começou no dia 16 e terminaria dia 19. Um grupo de 12 garotas voltou um dia antes.
Cinco permaneceram no passeio e teriam recebido R$ 1.500, segundo uma adolescente que participou do evento.
Investigadores na cidade de Barcelos conseguiram identificar três passageiros do iate Amazônia, sendo um deles o deputado Benício Melo.
Para se locomover, o deputado utiliza uma cadeira de roda, o que facilitou o reconhecimento, segundo a delegada Graça Silva, que dirige a investigação.
Nos depoimentos, aos quais a Folha teve acesso, uma das garotas, de 18 anos, afirma que o deputado estava no iate: "No momento que entrei no camarote onde ele estava perdi a coragem porque ele era deficiente. Ele era o único homem deficiente no barco, não tem como dizer que não estava presente".


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