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Melhor escola de lata credita nota a aulas extras
DA REPORTAGEM LOCAL
Nem o calor excessivo nem a
falta de espaço de um colégio de
latinha foram suficientes para
que os alunos da escola municipal de ensino fundamental Rogê Ferreira, no Jardim Panamericano, zona norte da cidade, desanimassem da escola.
Não só não desanimaram como levaram os estudos a sério e
conseguiram a maior pontuação na Prova Brasil entre as escolas de lata e também entre as
unidades dos CEUs.
Com 190,48 pontos em português e 196,87 em matemática, seus estudantes da 4ª série
também superaram a média
nacional (172,91 e 179,98 pontos, respectivamente).
O sucesso, afirma o diretor da
unidade, Fernando José Mendonça de Araújo, acontece por
vários fatores, mas, principalmente, pelo fato de o corpo docente ser fixo e de o projeto da
escola nunca ter se limitado à
estrutura física.
"Mesmo em uma escola de
lata, tínhamos várias atividades, como ateliê de artes e coral", conta. "A falta de um espaço adequado nunca foi desculpa para não realizarmos um
trabalho sério e dedicado."
As crianças na Rogê Ferreira
são alfabetizadas ao mesmo
tempo em que aprendem a ler
uma partitura, e a vontade de
conhecer determinada música
faz com que tenham mais empenho na alfabetização. "Uma
coisa puxa a outra, e elas vão
aprendendo sem traumas", diz
Araújo. "Adotamos a técnica há
alguns anos, e tem dado certo."
Um projeto pedagógico consistente, que superasse as limitações de infra-estrutura, só foi
possível, afirma, porque os professores eram titulares. "Quando o corpo docente não muda
toda hora, é muito mais fácil
montar uma proposta a longo
prazo e colocá-la em prática. É
assim que os bons resultados
aparecem."
Outra tática da escola é a de
acompanhar de perto, com
atendimento individual, os estudantes que apresentam algum tipo de defasagem. "Temos uma sala especial, com
uma professora preparada, para aqueles que estão com alguma dificuldade. Um aluno não
pode ir para um novo tópico da
matéria se não entendeu direito o anterior."
Violino e letreiro
Estudando em uma escola de
latinha durante anos, apenas
em fevereiro os alunos da Rogê
Ferreira ganharam um colégio
de alvenaria. Que também não
é como os outros. Logo na entrada, há um letreiro luminoso
com recados dirigidos aos pais,
como as atividades extra-classe
que ocorrerão no mês.
"A interação com a comunidade é fundamental. Ela é nossa parceira, e não podemos deixá-la de fora do processo", diz o
diretor. "Aqui, fazemos questão
de que os pais participem."
Na parte de dentro da nova
escola, mais surpresas: a sala de
música conta com três violinos,
recém-adquiridos, além de teclados e violões. "Está melhor
estudar aqui, tem muito mais
espaço, e a biblioteca é melhor", diz Gian, 11, da 4ª série,
que adora as aulas de português. "Vai dar para aprender
ainda mais."
(DT)
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