São Paulo, quinta-feira, 28 de novembro de 2002

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Vencedora dança em companhia

DO ENVIADO ESPECIAL

Célia Regina Diniz perdeu o movimento dos membros inferiores aos dois anos graças a uma poliomielite. Recolheu-se numa cadeira de rodas, mas nunca abdicou do sonho de dançar. "Sempre dancei nos meus pensamentos."
Em 1993, acompanhou no Rio uma apresentação de dança em cadeira de rodas. Alguns anos depois, era a principal bailarina da Companhia de Dança Arte de Viver, que faz parte da Associação dos Deficientes Físicos de Santos. "Faço com a cadeira de rodas o que um bom de pernas faz", diz.
Seu parceiro "andante" é Alexandre Siqueira, 26, arquiteto e professor de dança de salão. "Dividir uma dança com um cadeirante foi uma experiência que me fascinou", diz Siqueira.
Célia e Siqueira venceram o 1º Campeonato Brasileira de Dança Esporte em Cadeira de Rodas, realizado na terça-feira, na Hípica campineira, na classe 2, dos menos deficientes. Na classe 1, venceram Rita de Cassia Ferreira e Márcio do Rosário Leão.
A namorada de Siqueira, a "andante" Luciana Carla Ramos, 26, terapeuta corporal e bailarina clássica, é a parceira do "cadeirante" Luciano Marques, 43, casado, presidente do Conselho Municipal do Deficiente de Santos. "Somos o complemento um do outro", diz Luciana.
Os integrantes do Arte de Viver são contrários à prática de o andante conduzir o cadeirante. "Como em qualquer dança, o homem conduz a mulher", diz Luciana.
Na dança de cadeira de rodas, os "bons de pernas" ou "andantes" têm o mesmo papel dos "chumbados" ou "cadeirantes" -termos que eles próprios utilizam.
Paulo Scarpelli Cassia, 27, ficou paraplégico ao cair de um mezanino, há quatro anos. Antes, era DJ. "Antes eu queria ver as pessoas dançando, hoje eu danço. Mas meu sonho é voltar como DJ, desde que uma casa providencie para que eu suba até a mesa de som." (AB)


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