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Vencedora dança em companhia
DO ENVIADO ESPECIAL
Célia Regina Diniz perdeu o
movimento dos membros inferiores aos dois anos graças a uma
poliomielite. Recolheu-se numa
cadeira de rodas, mas nunca abdicou do sonho de dançar. "Sempre
dancei nos meus pensamentos."
Em 1993, acompanhou no Rio
uma apresentação de dança em
cadeira de rodas. Alguns anos depois, era a principal bailarina da
Companhia de Dança Arte de Viver, que faz parte da Associação
dos Deficientes Físicos de Santos.
"Faço com a cadeira de rodas o
que um bom de pernas faz", diz.
Seu parceiro "andante" é Alexandre Siqueira, 26, arquiteto e
professor de dança de salão. "Dividir uma dança com um cadeirante foi uma experiência que me
fascinou", diz Siqueira.
Célia e Siqueira venceram o 1º
Campeonato Brasileira de Dança
Esporte em Cadeira de Rodas,
realizado na terça-feira, na Hípica
campineira, na classe 2, dos menos deficientes. Na classe 1, venceram Rita de Cassia Ferreira e Márcio do Rosário Leão.
A namorada de Siqueira, a "andante" Luciana Carla Ramos, 26,
terapeuta corporal e bailarina
clássica, é a parceira do "cadeirante" Luciano Marques, 43, casado, presidente do Conselho Municipal do Deficiente de Santos.
"Somos o complemento um do
outro", diz Luciana.
Os integrantes do Arte de Viver
são contrários à prática de o andante conduzir o cadeirante. "Como em qualquer dança, o homem
conduz a mulher", diz Luciana.
Na dança de cadeira de rodas, os
"bons de pernas" ou "andantes"
têm o mesmo papel dos "chumbados" ou "cadeirantes" -termos que eles próprios utilizam.
Paulo Scarpelli Cassia, 27, ficou
paraplégico ao cair de um mezanino, há quatro anos. Antes, era
DJ. "Antes eu queria ver as pessoas dançando, hoje eu danço.
Mas meu sonho é voltar como DJ,
desde que uma casa providencie
para que eu suba até a mesa de
som."
(AB)
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