São Paulo, quinta-feira, 28 de novembro de 2002

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Disputa tem "Aquarela do Brasil"

DO ENVIADO ESPECIAL

Pode parecer ironia uma mostra de dança em cadeira de rodas num país onde muitos portadores de deficiência não têm sequer a cadeira e onde é preciso se arrastar para subir num ônibus.
Talvez por isso mesmo, a iniciativa da Unicamp, ao organizar o 2º Simpósio Internacional de Dança em Cadeira de Rodas, seja um marco no movimento pelos direitos dos deficientes físicos. O simpósio começou na segunda e termina amanhã.
Pelos números do censo, o Brasil tem, no mínimo, 6,5 milhões de deficientes físicos. Como ninguém os vê, significa que a grande maioria não sai de casa por falta de condições e estímulo.

Regras do "salão"
Os campeonatos de dança de salão, com "andantes", já têm mais de um século, diz Bettina Ried, professora de educação física e de dança de salão internacional. Para os cadeirantes, o primeiro campeonato aconteceu em 1992.
A diferença entre a dança de salão ou esportiva e a artística é que a primeira tem regras e campeonatos internacionais. No caso da cadeira de rodas, oficialmente existem cinco ritmos europeus e cinco latinos. Os europeus são a valsa lenta, a valsa vienense, o foxtrote rápido, o lento e o tango. Os latinos são a rumba, o cha-cha-cha, o samba, o paso doble e o jive, "uma espécie de rock comportadinho", como explica Ried.
No campeonato brasileiro, os pares dançaram apenas dois ritmos, o samba -a Aquarela do Brasil- e o jive -"Estúpido Cupido", com Cely Campelo.
A competição é feita em pares de homem e mulher, um andante e um cadeirante. Um representante do Comitê Paraolímpico Internacional classifica os participantes em duas categorias, de acordo com o grau de deficiência.
Assim que o Brasil organizar três outras competições, poderá participar dos campeonatos internacionais. (AB)


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