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Disputa tem "Aquarela do Brasil"
DO ENVIADO ESPECIAL
Pode parecer ironia uma mostra de dança em cadeira de rodas
num país onde muitos portadores
de deficiência não têm sequer a
cadeira e onde é preciso se arrastar para subir num ônibus.
Talvez por isso mesmo, a iniciativa da Unicamp, ao organizar o
2º Simpósio Internacional de
Dança em Cadeira de Rodas, seja
um marco no movimento pelos
direitos dos deficientes físicos. O
simpósio começou na segunda e
termina amanhã.
Pelos números do censo, o Brasil tem, no mínimo, 6,5 milhões de
deficientes físicos. Como ninguém os vê, significa que a grande
maioria não sai de casa por falta
de condições e estímulo.
Regras do "salão"
Os campeonatos de dança de salão, com "andantes", já têm mais
de um século, diz Bettina Ried,
professora de educação física e de
dança de salão internacional. Para
os cadeirantes, o primeiro campeonato aconteceu em 1992.
A diferença entre a dança de salão ou esportiva e a artística é que
a primeira tem regras e campeonatos internacionais. No caso da
cadeira de rodas, oficialmente
existem cinco ritmos europeus e
cinco latinos. Os europeus são a
valsa lenta, a valsa vienense, o foxtrote rápido, o lento e o tango. Os
latinos são a rumba, o cha-cha-cha, o samba, o paso doble e o jive,
"uma espécie de rock comportadinho", como explica Ried.
No campeonato brasileiro, os
pares dançaram apenas dois ritmos, o samba -a Aquarela do
Brasil- e o jive -"Estúpido Cupido", com Cely Campelo.
A competição é feita em pares
de homem e mulher, um andante
e um cadeirante. Um representante do Comitê Paraolímpico Internacional classifica os participantes em duas categorias, de
acordo com o grau de deficiência.
Assim que o Brasil organizar
três outras competições, poderá
participar dos campeonatos internacionais.
(AB)
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