SIMONE KNAESEL
ESPECIAL PARA A FOLHA

Moro em Gaspar, município onde as chuvas já deixaram 15 mortos. Mas foi de uma distância de oito a dez quilômetros dos fundos da minha casa, em linha reta, que aconteceu a cena que mais me impressionou até agora. É lá, entre Gaspar e Ilhota, na região do Morro do Baú, que passa um gasoduto.
No domingo à noite, eu estava com meu marido e minhas filhas na varanda de casa, nos protegendo do temporal.
Foi nessa hora que sentimos como se estivéssemos no vácuo de uma turbina de um Boeing passando sobre nossas cabeças. A casa estremeceu toda.
Foi apavorante. Você ouve o barulho, mas não faz idéia de onde ele vem.
Vimos um clarão forte e o céu ficando vermelho.
Tive de sair de casa, debaixo de chuva, para ver o que aconteceu. Era o gasoduto que havia explodido.
As chamas estavam a 50 metros de altura. Chovia forte mesmo, mas só na tarde de segunda conseguiram conter as chamas.