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Aids diminui violência sexual em prisões
da Reportagem Local
O vírus da Aids, que se espalhou
nas prisões brasileiras, atingindo
cerca de 20% dos presos, paradoxalmente ajudou a reduzir a violência sexual nas cadeias.
"Na década de 50, quando comecei a trabalhar com presos, a
violência sexual era comum. Hoje,
ainda há violência, mas é um problema bem menor", afirma José
Ismael Pedrosa, diretor da Casa de
Custódia de Taubaté.
"Sem dúvida, a Aids ajudou a
reduzir esse tipo de violência."
Além do vírus da Aids, outro fator determinante na redução da
violência sexual foi a visita íntima,
instituída no início da década de
90 nas prisões paulistas.
"A visita íntima foi uma revolução nas prisões. Podendo ver a
mulher, a tendência é o preso deixar de violentar os colegas", explica Lourival Gomes, diretor da
Coesp (Coordenadoria dos Estabelecimentos Penitenciários do
Estado de São Paulo).
Lourival cita outros dois fatores
para a diminuição da violência sexual: a presença de mulheres trabalhando nas prisões e o fato de os
presos já terem passado anteriormente por distritos policiais.
"Quando eles chegam nas prisões, os crimes que cometeram já
caíram no esquecimento e a chance de violência sexual por vingança é menor", afirma Gomes.
A vingança a que ele se refere é
motivada por um "código de honra" dos presos, que pune com violência sexual os acusados de estupro, abuso sexual e violência contra mulheres e crianças.
Outra mudança notada por Gomes e Pedrosa é a presença de drogas na cadeia. "Quando comecei a
atuar em prisões, nunca tinha ouvido falar em droga. Hoje, apreendemos drogas constantemente."
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