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UNIVERSIDADE PÚBLICA
Para novo ministro da Educação, caminho é buscar outras formas de financiamento para a área
Tarso descarta cobrança de mensalidade
LUCIANA CONSTANTINO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Educação, Tarso
Genro, disse ontem ser contra a
cobrança de mensalidade de alunos de universidades públicas. A
afirmação foi feita na abertura de
debate promovido pelo ministério para tratar da autonomia universitária.
O ex-ministro Cristovam Buarque chegou a defender na semana
passada uma espécie de cobrança
seletiva, ou seja, alunos de alguns
cursos, como direito, pagariam
mensalidade mesmo matriculados em instituições públicas.
Ao falar sobre a avaliação feita
pela OAB (Ordem dos Advogados
do Brasil) em 215 cursos de direito, entre os quais apenas 60 foram
aprovados, Tarso afirmou que o
MEC adotará critérios mais rígidos para autorizar o funcionamento de cursos de graduação.
O ministro não adiantou quais
medidas podem ser adotadas.
"Evidentemente há uma proliferação indevida de faculdades. Essa representação da OAB é justa e
vamos tomar providência em relação a isso", afirmou durante entrevista, destacando a existência
de algumas faculdades de direito
"excelentes".
Ao discursar para uma platéia
de cerca de 50 pessoas, entre reitores, especialistas e professores,
Tarso considerou "contradição" a
proposta de pagamento de mensalidade em universidades públicas. "Se a universidade é pública,
os alunos não devem pagar mensalidade. O que se trata é discutir
quais são os novos padrões de financiamento da universidade no
contexto de um país absolutamente desigual."
Tarso não deixou claro se também é contra a proposta de pagamento de contribuição por ex-alunos de instituições públicas.
Tramita no Congresso, desde o
final do ano passado, uma proposta de emenda constitucional
prevendo a cobrança de ex-estudantes com renda anual acima de
R$ 25 mil. A proposta tem o apoio
de Cristovam.
Questionado sobre o tema, Tarso não foi incisivo. Disse apenas
que novos padrões de financiamento têm de ser discutidos na
reforma universitária.
Em novembro, o Ministério da
Fazenda divulgou documento
com críticas à forma de financiamento das universidades, afirmando que cerca de 46% dos recursos do governo para o ensino
superior beneficiam "apenas indivíduos que se encontram entre
os 10% mais ricos da população".
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