São Paulo, sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

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Liberação de licenças reduz a corrupção, diz Andrea Matarazzo

DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A liberação quase irrestrita de alvarás de funcionamento para o comércio da cidade pode ajudar a inibir a corrupção nas subprefeituras, admite a Prefeitura de São Paulo.
"No momento em que você fizer isso [liberar o alvará da empresa mesmo que o imóvel esteja ilegal], muito do comércio será regularizado. Reduz a corrupção na medida em que você reduz a informalidade", disse o secretário das Subprefeituras, Andrea Matarazzo.
O vereador Adolfo Quintas (PSDB), autor do projeto, também relata a preocupação com a corrupção. "A idéia é o pessoal se regularizar até para não dar margem para desvio de conduta [dos fiscais]. Não estou dizendo que estejam fazendo isso, mas você sabe o que já aconteceu nessa cidade", afirmou.
Para Quintas, é muito difícil regularizar os imóveis em São Paulo, "a cidade dos puxadinhos". "Em Cidade Tiradentes tem só seis imóveis regulares. Penha, São Miguel, Ermelino Matarazzo, a mesma coisa. Em outra cidade, você entra com a planta e em uma semana está regularizando. Aqui, leva anos."
Um exemplo da burocracia é o shopping Capital, na Mooca (zona leste): inaugurado em 2006, ainda não tem alvará.
"O empreendimento desde sempre diligenciou para resolver a situação, mas você tem um corpo de leis que é mastodôntico.", diz Adriano Augusto Fernandes Jr., diretor da Ilbec, responsável pelo shopping.
A Subprefeitura da Mooca informou que o shopping, embora tenha construído acima da metragem quadrada permitida para a região, já deu entrada no processo de regularização e tem prazo para solucionar.
"O shopping está se regularizando. Eles construíram a mais do que poderiam, mas é uma situação que é possível consertar", diz Rogério Lopes, chefe-de-gabinete da subprefeitura.
As lojas do shopping também sofrem com a dificuldade para regularizar a documentação. "Alvará? Aqui, ninguém tem. Como é que vou atrás se o próprio shopping não tem?", diz Sérgio Fokin, sócio de um café, aberto há quase dois anos.
Matarazzo acusa também parte dos empreendedores, que "muitas vezes, conta com a corrupção e com as anistias. Anistia não vai ter mais porque pune aquele que trabalha direito".


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