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50 ANOS DE AA
Evento comemora cinquentenário dos Alcoólicos Anônimos; mulheres são 30% dos que procuram ajuda por problemas com bebida
10% dos adultos caminham para alcoolismo
RONI LIMA
da Sucursal do Rio
O presidente nacional do AA
(Alcoólicos Anônimos), psiquiatra Luiz Renato Carazzai, 37, disse
que cerca de 10% da população
brasileira a partir de 18 anos já entrou em processo de desenvolvimento de dependência ao álcool.
``O alcoolismo é uma doença
progressiva, crônica e fatal, mas
que pode ser interrompida, se a
pessoa parar de beber'', afirmou.
Segundo Carazzai -que ontem
participou da abertura da convenção no Riocentro, em Jacarepaguá
(zona oeste do Rio), em comemoração ao cinquentenário do AA no
Brasil-, dos internamentos psiquiátricos no país, de 42% a 50%
são em decorrência do alcoolismo.
O evento termina hoje.
Médico do Serviço de Psiquiatria
da Universidade Federal do Paraná, Carazzai foi eleito para representar publicamente o AA.
Carazzai afirmou que o consumo
abusivo de álcool traz problemas
graves não só para a saúde do alcoólico, mas também em seu relacionamento familiar e de trabalho.
Segundo ele, as pessoas envolvidas com o álcool faltam em média
quatro vezes mais que os trabalhadores que não costumam beber. Às
segundas, os alcoólicos chegam a
faltar dez vezes mais.
``Eles têm também oito vezes
mais atrasos e quatro vezes mais
acidentes de trabalho. Sua produtividade cai em 20%'', disse. Suas
estatísticas se baseiam em estudos
do Ministério da Saúde e de universidades, entre outras entidades.
Em Curitiba, 40% das separações
de casais teriam o álcool como
agente fundamental. ``Na delegacia da Mulher de Curitiba, 87% das
queixas são de espancamentos por
maridos bêbados'', diz Carazzai.
Carazzai afirmou que as mulheres também começam a aparecer
de forma relevante nas estatísticas.
Há dez anos, das pessoas com problemas alcoólicos que procuravam
ajuda no país, 13% eram mulheres.
Hoje, segundo Carazzai, são 30%.
Segundo a OMS (Organização
Mundial de Saúde), problemas de
saúde ligados ao alcoolismo são a
terceira causa das mortes no mundo, atrás de doenças no coração e
do câncer.
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