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SAÚDE
Segundo a Funasa, ocorrências cresceram 51,5% em uma semana no país; doença é benigna, mas causa desconforto
Casos de conjuntivite já passam de 106 mil
DA REPORTAGEM LOCAL
Passa de 106 mil o número de
casos de conjuntivite aguda no
país, de acordo com balanço da
Funasa (Fundação Nacional de
Saúde). Há cerca de uma semana,
eram 70 mil -houve, portanto,
um crescimento de 51,5%.
O órgão computa os casos desde o fim de fevereiro e divulgou a
última análise anteontem.
Seis Estados (SC, SP, PR, RS,
MS, CE) informaram sobre surtos
da doença até agora.
A contabilização ainda é precária. São Paulo, por exemplo, ainda
não computou os casos da capital
porque a prefeitura não concluiu
a análise -o que deve ocorrer na
próxima semana.
Ainda não foi identificado o
agente -que tipo de vírus ou
bactéria- que vem provocando
os surtos. Santa Catarina, que informou o maior número de casos
(47 mil, segundo a Funasa), já solicitou análise laboratorial para
descobrir qual é o agente causador. São Paulo, que acumula cerca
de 20 mil casos, deve ter o resultado do Instituto Adolfo Lutz na
próxima semana.
Segundo Jarbas Barbosa, diretor da Funasa, os surtos têm características dos causados por um
vírus, como a rápida expansão. A
identificação do agente permitirá
à Funasa elaborar diretrizes para
tratamentos específicos, diz o documento do órgão.
A doença causa inflamação da
membrana que recobre a parte
externa do olho. É geralmente benigna, mas pode causar grande
desconforto. Os casos são quase
sempre auto-limitados -curam
sozinhos em no máximo 14 dias.
A conjuntivite não é transmitida
pelo ar, mas apenas por contato.
Objetos usados pelos pacientes,
como fronhas e toalhas, devem
ser separados.
Como a doença não é de notificação compulsória, não há dados
de outros anos para comparação.
O fato de a fundação estimular a
notificação influi no número de
casos, pois os Estados empenham-se na captação.
De acordo com informe da Funasa, a rápida disseminação, o
grande número de casos e a necessidade de identificação do
agente causador da doença colocam os serviços de saúde em alerta. Segundo Barbosa, alguns tipos
de pneumonia, a meningite e o sarampo podem ocorrer junto com
a conjuntivite, e os médicos devem verificar se não há sinais dessas outras doenças. "Por ter de
analisar muitos casos de conjuntivite, o médico pode não perceber
os outros sintomas", diz.
A fundação recomendou que a
população com conjuntivite evite
locais de aglomeração para diminuir o risco de contaminar outras
pessoas. Oftalmologistas dizem
que pacientes não devem aplicar
colírios ou soluções caseiras sem
orientação médica. O uso de alguns produtos pode piorar o caso.
Aos profissionais de saúde, foi
recomendado o uso de luvas e a
redução do contato de pacientes
sadios com os doentes.
Estados e municípios devem escolher uma unidade de atendimento para coleta sistemática de
dados dos pacientes e encaminhamento de relatórios.
(FABIANE LEITE)
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