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São Paulo, sábado, 29 de março de 2003

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SAÚDE

Segundo a Funasa, ocorrências cresceram 51,5% em uma semana no país; doença é benigna, mas causa desconforto

Casos de conjuntivite já passam de 106 mil

DA REPORTAGEM LOCAL

Passa de 106 mil o número de casos de conjuntivite aguda no país, de acordo com balanço da Funasa (Fundação Nacional de Saúde). Há cerca de uma semana, eram 70 mil -houve, portanto, um crescimento de 51,5%.
O órgão computa os casos desde o fim de fevereiro e divulgou a última análise anteontem.
Seis Estados (SC, SP, PR, RS, MS, CE) informaram sobre surtos da doença até agora.
A contabilização ainda é precária. São Paulo, por exemplo, ainda não computou os casos da capital porque a prefeitura não concluiu a análise -o que deve ocorrer na próxima semana.
Ainda não foi identificado o agente -que tipo de vírus ou bactéria- que vem provocando os surtos. Santa Catarina, que informou o maior número de casos (47 mil, segundo a Funasa), já solicitou análise laboratorial para descobrir qual é o agente causador. São Paulo, que acumula cerca de 20 mil casos, deve ter o resultado do Instituto Adolfo Lutz na próxima semana.
Segundo Jarbas Barbosa, diretor da Funasa, os surtos têm características dos causados por um vírus, como a rápida expansão. A identificação do agente permitirá à Funasa elaborar diretrizes para tratamentos específicos, diz o documento do órgão.
A doença causa inflamação da membrana que recobre a parte externa do olho. É geralmente benigna, mas pode causar grande desconforto. Os casos são quase sempre auto-limitados -curam sozinhos em no máximo 14 dias. A conjuntivite não é transmitida pelo ar, mas apenas por contato. Objetos usados pelos pacientes, como fronhas e toalhas, devem ser separados.
Como a doença não é de notificação compulsória, não há dados de outros anos para comparação. O fato de a fundação estimular a notificação influi no número de casos, pois os Estados empenham-se na captação.
De acordo com informe da Funasa, a rápida disseminação, o grande número de casos e a necessidade de identificação do agente causador da doença colocam os serviços de saúde em alerta. Segundo Barbosa, alguns tipos de pneumonia, a meningite e o sarampo podem ocorrer junto com a conjuntivite, e os médicos devem verificar se não há sinais dessas outras doenças. "Por ter de analisar muitos casos de conjuntivite, o médico pode não perceber os outros sintomas", diz.
A fundação recomendou que a população com conjuntivite evite locais de aglomeração para diminuir o risco de contaminar outras pessoas. Oftalmologistas dizem que pacientes não devem aplicar colírios ou soluções caseiras sem orientação médica. O uso de alguns produtos pode piorar o caso.
Aos profissionais de saúde, foi recomendado o uso de luvas e a redução do contato de pacientes sadios com os doentes.
Estados e municípios devem escolher uma unidade de atendimento para coleta sistemática de dados dos pacientes e encaminhamento de relatórios.
(FABIANE LEITE)


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