São Paulo, segunda-feira, 29 de março de 2010

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Defesa de casal irá ao STJ após "fim do clamor"

Roberto Podval, que defendeu Alexandre Nardoni e Anna Jatobá, diz que vai esperar um ano para recorrer a instâncias superiores

Advogado deve encaminhar pelo menos dois recursos diferentes ao TJ nos próximos dias, mas afirma não ter esperança de anular júri

DO "AGORA"

O advogado Roberto Podval disse ontem que não tem muita esperança de que o Tribunal de Justiça de São Paulo anule o júri que condenou Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá na madrugada de sábado.
A estratégia da defesa para tentar absolver o casal será recorrer a instâncias superiores da Justiça -o STJ (Superior Tribunal de Justiça) e o STF (Supremo Tribunal Federal)- daqui a um ano.
Para Podval, o intervalo será importante para diminuir o clamor popular pela condenação do casal, aumentando as chances da defesa. "Não é possível buscar um resultado justo em pouco tempo. Preciso esperar acabar essa loucura."
Anna Jatobá foi condenada a 26 anos e oito meses de prisão e Alexandre Nardoni a 31 anos e um mês pela morte da filha dele, Isabella, 5, há dois anos.
No entanto, Podval disse que não deixará de encaminhar pelo menos dois recursos diferentes ao Tribunal de Justiça de São Paulo nos próximos dias.
Um deles será o pedido de realização de um novo julgamento com base em uma lei que autorizava a realização de um novo júri automático para todos os sentenciados a 20 ou mais anos de prisão, como adiantou ontem a Folha.
A lei foi revogada, mas a defesa reivindicará o benefício uma vez que o crime aconteceu cinco meses antes da mudança.
O outro recurso será uma apelação ao TJ também pedindo redução de pena ou um novo júri, mas com base no argumento das "nulidades", ou seja, que o direito de defesa do casal foi cerceado na medida em que investigações solicitadas pelos advogados não foram feitas pela polícia.
Podval esperará o julgamento desses dois recursos, o que pode levar até um ano, e, se forem negados, ele pedirá um novo júri no STJ e no Supremo.
Foi pensando nessa estratégia que o advogado fez ao juiz Maurício Fossen, no primeiro dia do júri, um pedido de adiamento do julgamento -que foi prontamente negado.
Podval afirmou que, na verdade, não queria o adiamento, mas precisava fazer o pedido para que suas críticas ao trabalho da polícia constassem nas atas do júri e, assim, pudessem embasar os recursos.

Jatobá
Podval se disse triste com o resultado do júri e revelou que chegou a acreditar que Anna Jatobá seria absolvida.
Ele afirmou ainda que achava a absolvição de Nardoni mais difícil por causa das manchas da tela de proteção da janela encontradas em sua camisa. Ressaltou, porém, que o resultado dessa prova pericial foi comprometido por falhas dos peritos.


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