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Defesa de casal irá ao STJ após "fim do clamor"
Roberto Podval, que defendeu Alexandre Nardoni e Anna Jatobá, diz que vai esperar um ano para recorrer a instâncias superiores
Advogado deve encaminhar pelo menos dois recursos diferentes ao TJ nos próximos dias, mas afirma não
ter esperança de anular júri
DO "AGORA"
O advogado Roberto Podval
disse ontem que não tem muita
esperança de que o Tribunal de
Justiça de São Paulo anule o júri
que condenou Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá na
madrugada de sábado.
A estratégia da defesa para
tentar absolver o casal será recorrer a instâncias superiores
da Justiça -o STJ (Superior
Tribunal de Justiça) e o STF
(Supremo Tribunal Federal)-
daqui a um ano.
Para Podval, o intervalo será
importante para diminuir o
clamor popular pela condenação do casal, aumentando as
chances da defesa. "Não é possível buscar um resultado justo
em pouco tempo. Preciso esperar acabar essa loucura."
Anna Jatobá foi condenada a
26 anos e oito meses de prisão e
Alexandre Nardoni a 31 anos e
um mês pela morte da filha dele, Isabella, 5, há dois anos.
No entanto, Podval disse que
não deixará de encaminhar pelo menos dois recursos diferentes ao Tribunal de Justiça de
São Paulo nos próximos dias.
Um deles será o pedido de
realização de um novo julgamento com base em uma lei
que autorizava a realização de
um novo júri automático para
todos os sentenciados a 20 ou
mais anos de prisão, como
adiantou ontem a Folha.
A lei foi revogada, mas a defesa reivindicará o benefício uma
vez que o crime aconteceu cinco meses antes da mudança.
O outro recurso será uma
apelação ao TJ também pedindo redução de pena ou um novo júri, mas com base no argumento das "nulidades", ou seja,
que o direito de defesa do casal
foi cerceado na medida em que
investigações solicitadas pelos
advogados não foram feitas pela polícia.
Podval esperará o julgamento desses dois recursos, o que
pode levar até um ano, e, se forem negados, ele pedirá um novo júri no STJ e no Supremo.
Foi pensando nessa estratégia que o advogado fez ao juiz
Maurício Fossen, no primeiro
dia do júri, um pedido de adiamento do julgamento -que foi
prontamente negado.
Podval afirmou que, na verdade, não queria o adiamento,
mas precisava fazer o pedido
para que suas críticas ao trabalho da polícia constassem nas
atas do júri e, assim, pudessem
embasar os recursos.
Jatobá
Podval se disse triste com o
resultado do júri e revelou que
chegou a acreditar que Anna
Jatobá seria absolvida.
Ele afirmou ainda que achava
a absolvição de Nardoni mais
difícil por causa das manchas
da tela de proteção da janela
encontradas em sua camisa.
Ressaltou, porém, que o resultado dessa prova pericial foi
comprometido por falhas dos
peritos.
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