São Paulo, segunda-feira, 29 de março de 2010

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MARIA DO CARMO BAUER (1928-2010)

O silêncio da atriz que ensinou interpretação vocal

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Há alguns anos, uma rouca Maria do Carmo Bauer atendeu o filho ao telefone. Pensou em gripe, mas não era. Foi o primeiro sinal da doença irreversível e progressiva que deixou a atriz afônica até o fim.
Filha de um professor de latim, francês e grego -que também era cantor lírico-, ela nasceu em Itu (SP). Mudou-se para SP para cursar a EAD (Escola de Arte Dramática). Formou-se na década de 50 e foi eleita atriz revelação.
Casou-se em 1957 com Emílio Fontana, com quem criou o primeiro curso de teatro livre de São Paulo, sendo responsável por trabalhar as vozes. O casamento durou dez anos.
Nos anos 70, a fim de se aperfeiçoar, cursou fonoaudiologia na PUC-SP. Lecionou interpretação vocal em vários lugares, como na ECA-USP, onde ficou por dez anos.
Tinha uma voz linda, como diz o único filho, Emílio. Ele lembra que, se alguém pigarreasse na frente dela, ela prontamente corrigia a pessoa.
Era uma mulher libertária e moderna para sua época, ele conta. Aos 60, relacionou-se com um jornalista argentino, mudou-se para Buenos Aires, mas retornou ao Brasil menos de um ano depois.
Após perder a voz devido à doença degenerativa que a levaria à morte, passou uma fase escrevendo para se comunicar, mas os movimentos foram ficando limitados.
Em 28 de fevereiro, morreu aos 81. Teve três netos.
Vivia em Porto Feliz (SP), com o filho, e foi enterrada em Itu. A missa de 30º dia será amanhã, às 19h, na igreja da Consolação, em SP.

coluna.obituario@uol.com.br


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