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ACIDENTE
Vítimas são operários que executavam obra em caixa d'água no prédio da PUC
Desabamento no RS mata 4 e fere 8
CARLOS ALBERTO DE SOUZA
da Agência Folha, em Porto Alegre
Pelo menos quatro operários
morreram no desabamento parcial do prédio 11 do campus da
PUC-RS (Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul), na
zona leste de Porto Alegre.
O acidente aconteceu às 13h15 de
ontem. Trabalhavam no local cerca de 12 operários, dos 300 que integram a obra no prédio.
Dois foram retirados mortos dos
escombros, um morreu a caminho do hospital, e um outro morreu no início da noite de ontem.
Até as 19h, apenas dois mortos,
dos quatro mortos, tinham sido
identificados, Sandro Lagarreta e
Paulo César Hofmann de Ávila.
Os operários trabalhavam no 12º
e último andar, concretando a caixa-d'água localizada no topo do
edifício. Alguns operários -entre
eles os quatro que morreram-
caíram junto com os escombros
do 12º andar, de uma altura de
cerca de 50 metros, até o solo. Outros caíram do 12º ao 9º, ficando
presos neste pavimento.
O operário Sidnei Rosa Almeida,
que estava trabalhando naquele
andar até momentos antes do desabamento, disse que o que determinou o desabamento foi a fragilidade de uma parede que não
aguentou o peso da caixa d'água.
Ele disse que as paredes, feitas
com placas de concreto pré-moldado, são da Deboni.
Um engenheiro da PUC, que não
quis se identificar, também disse
que a parte da obra que desabou
era tocada pela Deboni.
Mas o engenheiro Luís Fernando
Nunes, da empreiteira Deboni
-uma das responsáveis pela
obra, supervisionada pelo setor de
Engenharia da PUC-, negou a
responsabilidade de sua empresa e
afirmou que aquela parte da obra
estava a cargo de outra empreiteira, cujo nome ele não forneceu.
Nunes afirmou ainda que, provavelmente, houve o desabamento da caixa-d"água, o que ocasionou a queda das paredes que sustentavam a escada em que estavam os operários.
Segundo o operário Almeida,
pela manhã, o piso da caixa d"água
havia "cedido um pouco", exigindo sustentação. Para ele, isso é
normal durante a concretagem.
Em construção há cerca de um
ano e meio, o prédio estava na fase
de acabamento. E, segundo alguns
funcionários da PUC, estava sendo usado por alunos de direito.
Outros, disseram que o prédio
ainda não havia sido liberado para
aulas. No saguão, há murais com
avisos, sugerindo que o prédio estava em uso.
Até o início da tarde de ontem, o
Corpo de Bombeiros e as equipes
de socorro ainda trabalhavam no
resgate dos sobreviventes. O acesso ao prédio foi interditado. Segundo os bombeiros, não havia
risco de novos desabamentos. Às
15h, dois operários foram retirados dos escombros com vida e,
aparentemente, sem ferimentos.
Até as 20h, o assessor de imprensa da PUC, Carlos Alberto Carvalho, não havia se pronunciado.
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