|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SAIA JUSTA
Namoro
termina por
motivo idiota
PAULO SAMPAIO
da Reportagem Local
Existe motivo mais idiota para
terminar um namoro do que descobrir que o namorado usa como
chaveiro um cortador de unhas do
tipo "Trim" ? Existe: acabar tudo
só porque a namorada se chama
Marcolina Aparecida.
"Não consegui superar a barreira daqueles dois nomes juntos",
diz o funcionário público Sérgio
Laragnoit, 34, que aproveitou uma
discussão de cinco minutos para
terminar o relacionamento de um
ano com a namorada Marcolina.
"Não sei se algum dia ela soube o
motivo pelo qual eu terminei, mas
acho que suspeitou. Ela mesma se
apresentava como "Lina'", conta
ele, que, depois, se arrependeu.
"Nunca mais encontrei alguém
que fizesse o que a Lina fazia na
cama", choraminga.
Ao contrário de Laragnoit, a
atleta Vera Ferrari, 39, diz que não
lamenta a perda de um ex-namorado bom de cama -que, porém,
costumava levar o cortador de
unhas pendurado no chaveiro.
"A gente já estava saindo havia
três meses quando vi aquele "chaveiro' saindo do bolso dele. Fiquei
muda. Não consegui verbalizar
nada: o namoro acabou assim."
Joanete gigante
Especialistas acreditam que, se
os namoros de Laragnoit e Vera
estivessem em outra fase, certamente teriam sobrevivido.
"No início, quando tudo é lindo,
ninguém vê cortador de unhas. As
pessoas só enxergam o que querem", diz a psicóloga Clarice Skalcowics. "Só na rotina é que as coisas voltam ao tamanho normal."
O tamanho normal do joanete de
uma ex-namorada do treinador
pessoal Júlio Coelho, 34, tornou-se, para ele, inacreditável.
"Era distorção ótica. Só podia
ser. O joanete da menina tomou
proporções gigantescas", diz Coelho, que namorou a moça durante
quatro anos, mas só nos últimos
meses passou a ver o osso do pé
dela "aumentado".
"Na praia, então, era um desespero. Eu morria de vergonha dos
outros quando ela estava para tirar
o sapato", lembra.
Joanete é "café pequeno" para a
professora de italiano Vanessa
Pfeiffer, 27, que terminou um namoro de alguns meses porque o
rapaz tinha "pernas muito curtas".
"Quando ele se sentava na cadeira, ficava com as perninhas balançando no ar, porque não conseguia encostar os pés no chão. "Eu
tentava pensar em outra coisa, para não ver aquilo, mas não dava."
Para a bailarina Aline Sampaio,
26, amiga de Vanessa, teria sido
até possível não ver o principal defeito de um ex-namorado, que tinha "medo de escuro".
"Só que ele me acordava toda
noite para dizer isso. De cinco em
cinco minutos sentia vontade de
fazer xixi", lembra.
O xixi foi a gota d'água também
no casamento da secretária Ivani
Ciardullo, 44. "Meu ex-marido
não tinha medo de fazer xixi de
noite, nem de dia, mas em compensação fazia tudo fora do vaso.
A gente morava em uma casa que
tinha cinco banheiros. Se ele fosse
nos cinco, urinava no chão em todos", conta Ivani, que está separada há dez anos.
Há seis, ela começou a namorar
de novo. "Arranjei um "pato'. Só
chamando assim um sujeito que
molha o banheiro todo quando toma banho", diz.
Como Ivani, a nutricionista
Adriana Bastos, 31, reconhece que
tem problemas com gente relaxada. "Meu último namorado costumava usar cuecas furadas. Ele
achava que, quanto mais eu o visse
de cueca furada, mais íntimos nós
seríamos. Um dia, brochei de vez."
"Pior do que homem de cueca
furada, só mulher de calcinha e
sutiã de cores diferentes", diz o
funcionário Alexandre Ciro, 28,
que dispensou a ex-namorada por
isso. "Ela é maravilhosa. Quando
eu contava o detalhe do sutiã e da
calcinha para os meus amigos,
ninguém acreditava."
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|