São Paulo, domingo, 29 de março de 1998

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SAIA JUSTA
Namoro termina por motivo idiota

PAULO SAMPAIO
da Reportagem Local

Existe motivo mais idiota para terminar um namoro do que descobrir que o namorado usa como chaveiro um cortador de unhas do tipo "Trim" ? Existe: acabar tudo só porque a namorada se chama Marcolina Aparecida.
"Não consegui superar a barreira daqueles dois nomes juntos", diz o funcionário público Sérgio Laragnoit, 34, que aproveitou uma discussão de cinco minutos para terminar o relacionamento de um ano com a namorada Marcolina.
"Não sei se algum dia ela soube o motivo pelo qual eu terminei, mas acho que suspeitou. Ela mesma se apresentava como "Lina'", conta ele, que, depois, se arrependeu.
"Nunca mais encontrei alguém que fizesse o que a Lina fazia na cama", choraminga.
Ao contrário de Laragnoit, a atleta Vera Ferrari, 39, diz que não lamenta a perda de um ex-namorado bom de cama -que, porém, costumava levar o cortador de unhas pendurado no chaveiro.
"A gente já estava saindo havia três meses quando vi aquele "chaveiro' saindo do bolso dele. Fiquei muda. Não consegui verbalizar nada: o namoro acabou assim."

Joanete gigante
Especialistas acreditam que, se os namoros de Laragnoit e Vera estivessem em outra fase, certamente teriam sobrevivido.
"No início, quando tudo é lindo, ninguém vê cortador de unhas. As pessoas só enxergam o que querem", diz a psicóloga Clarice Skalcowics. "Só na rotina é que as coisas voltam ao tamanho normal."
O tamanho normal do joanete de uma ex-namorada do treinador pessoal Júlio Coelho, 34, tornou-se, para ele, inacreditável.
"Era distorção ótica. Só podia ser. O joanete da menina tomou proporções gigantescas", diz Coelho, que namorou a moça durante quatro anos, mas só nos últimos meses passou a ver o osso do pé dela "aumentado".
"Na praia, então, era um desespero. Eu morria de vergonha dos outros quando ela estava para tirar o sapato", lembra.
Joanete é "café pequeno" para a professora de italiano Vanessa Pfeiffer, 27, que terminou um namoro de alguns meses porque o rapaz tinha "pernas muito curtas".
"Quando ele se sentava na cadeira, ficava com as perninhas balançando no ar, porque não conseguia encostar os pés no chão. "Eu tentava pensar em outra coisa, para não ver aquilo, mas não dava."
Para a bailarina Aline Sampaio, 26, amiga de Vanessa, teria sido até possível não ver o principal defeito de um ex-namorado, que tinha "medo de escuro".
"Só que ele me acordava toda noite para dizer isso. De cinco em cinco minutos sentia vontade de fazer xixi", lembra.
O xixi foi a gota d'água também no casamento da secretária Ivani Ciardullo, 44. "Meu ex-marido não tinha medo de fazer xixi de noite, nem de dia, mas em compensação fazia tudo fora do vaso. A gente morava em uma casa que tinha cinco banheiros. Se ele fosse nos cinco, urinava no chão em todos", conta Ivani, que está separada há dez anos.
Há seis, ela começou a namorar de novo. "Arranjei um "pato'. Só chamando assim um sujeito que molha o banheiro todo quando toma banho", diz.
Como Ivani, a nutricionista Adriana Bastos, 31, reconhece que tem problemas com gente relaxada. "Meu último namorado costumava usar cuecas furadas. Ele achava que, quanto mais eu o visse de cueca furada, mais íntimos nós seríamos. Um dia, brochei de vez."
"Pior do que homem de cueca furada, só mulher de calcinha e sutiã de cores diferentes", diz o funcionário Alexandre Ciro, 28, que dispensou a ex-namorada por isso. "Ela é maravilhosa. Quando eu contava o detalhe do sutiã e da calcinha para os meus amigos, ninguém acreditava."




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