São Paulo, segunda-feira, 29 de abril de 2002

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Roupa e curiosidade atraem garotas

DA REPORTAGEM LOCAL

A maioria das 13 jovens (vítimas já localizadas de exploração da "rota de Patos") disse ter começado a se prostituir por "curiosidade" e para "comprar roupas".
Quase todas dizem que não precisavam do dinheiro, nem mesmo para ajudar a família.
Há cinco anos, quando as denúncias de prostituição infantil começaram em Patos, os casos mais típicos eram os de meninas pobres que faziam ponto em postos de gasolina na BR-230 (que liga Patos a João Pessoa). Na época, o preço do programa com caminhoneiros variava de R$ 5 a R$ 15.
Na seca de 1998 (a mais rigorosa dos últimos anos), meninas das regiões mais pobres da cidade e de Soledade, cidade a 35 quilômetros de Patos, admitiram masturbar caminhoneiros por R$ 2, para ajudar os pais a comprar comida.
Já Rosana, 15, da "rota de Patos", diz não fazer programa por necessidade. Como as colegas de programa, tem o cabelo tingido de loiro, usa calça jeans muito justa, blusa colada ao corpo e sandálias de salto alto. Todas aparentam ser mais velhas.
Eliane, 14, é uma exceção. Loira natural, olhos verdes, sorriso fácil e jeito infantil, afirma que nunca fez sexo por dinheiro.
Logo após fazer 14 anos, ela diz ter tido relações sexuais com um empresário de 38 anos por quem estava apaixonada: "Eu me perdi com ele", relata a menina. Eliane diz que o homem lhe dava dinheiro "de presente". "Comprava roupas e chocolate." (GA)


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