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Roupa e curiosidade atraem garotas
DA REPORTAGEM LOCAL
A maioria das 13 jovens (vítimas já localizadas de exploração
da "rota de Patos") disse ter começado a se prostituir por "curiosidade" e para "comprar roupas".
Quase todas dizem que não precisavam do dinheiro, nem mesmo
para ajudar a família.
Há cinco anos, quando as denúncias de prostituição infantil
começaram em Patos, os casos
mais típicos eram os de meninas
pobres que faziam ponto em postos de gasolina na BR-230 (que liga Patos a João Pessoa). Na época,
o preço do programa com caminhoneiros variava de R$ 5 a R$ 15.
Na seca de 1998 (a mais rigorosa
dos últimos anos), meninas das
regiões mais pobres da cidade e
de Soledade, cidade a 35 quilômetros de Patos, admitiram masturbar caminhoneiros por R$ 2, para
ajudar os pais a comprar comida.
Já Rosana, 15, da "rota de Patos", diz não fazer programa por
necessidade. Como as colegas de
programa, tem o cabelo tingido
de loiro, usa calça jeans muito justa, blusa colada ao corpo e sandálias de salto alto. Todas aparentam ser mais velhas.
Eliane, 14, é uma exceção. Loira
natural, olhos verdes, sorriso fácil
e jeito infantil, afirma que nunca
fez sexo por dinheiro.
Logo após fazer 14 anos, ela diz
ter tido relações sexuais com um
empresário de 38 anos por quem
estava apaixonada: "Eu me perdi
com ele", relata a menina. Eliane
diz que o homem lhe dava dinheiro "de presente". "Comprava
roupas e chocolate."
(GA)
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