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São Paulo, terça-feira, 29 de abril de 2003

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NARCOTRÁFICO

Presos em SP suspeitos de trocar armas por drogas com as Farc

Polícia apreende 400 kg de cocaína

ALESSANDRO SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia de São Paulo anunciou ontem ter encontrado indícios, pela primeira vez, de que o Estado recebeu drogas de um esquema que envolveria a troca de armas do Paraguai por cocaína das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
As pistas surgiram com a prisão de quatro pessoas e a apreensão de cerca de 400 kg de cocaína -a maior deste ano no Estado- em uma operação realizada entre sexta e sábado na capital e em Itu.
Segundo o Denarc (Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos), a quadrilha abastecia São Paulo e as regiões de Sorocaba, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto. A droga era trazida por aviões ou veículos.
""O grupo trocava com a guerrilha armas por cocaína, que era introduzida no país via Ponta Porã [MS]", diz o delegado Ivaney Cayres de Souza, diretor do Denarc.
O administrador de empresas João Ramão Marques Neto, 38, brasileiro naturalizado paraguaio que vive em Ponta Porã, foi o primeiro a ser detido no centro de São Paulo, com 100 kg da droga, na sexta. Para a polícia, ele seria o líder do grupo e estaria na capital para receber o dinheiro de um carregamento que vendera.
Com ele, a polícia prendeu Antonio Luiz Ferreira, 58, de Itu, apontado como o responsável pelo transporte da droga para os centros de distribuição. Depois, o Denarc deteve o boliviano Juan Carlos Borja, 46, em um flat. Segundo a polícia, ele possui duas condenações por tráfico na Bolívia e seria o ""gerente".
Mateus Antonio Buzzo, 27, foi preso em uma casa que servia como depósito para o resto da droga -300 kg-, em Itu.
As pistas de ligação com as Farc, de acordo com o Denarc, estão em agendas apreendidas e escutas telefônicas feitas nos quase seis meses de apuração. Nenhum dos acusados tinha antecedentes no Brasil. Foram autuados em flagrante por associação para o tráfico e tráfico internacional de drogas. Ontem, eles não haviam constituído advogado.


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