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São Paulo, terça-feira, 29 de abril de 2003

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PARÁ

Morte de tripulante egípcio pode levar a PF a rota de antraz para os EUA
A Polícia Federal investiga uma possível rota entre Brasil e Canadá para o transporte e a entrada clandestina do bacilo do antraz nos EUA. A suspeita foi levantada após a morte do tripulante egípcio Ibrahim Sayed Ibrahim, no dia 11, enquanto o cargueiro Wadi Al Arab estava em Porto Trombetas, Pará.
O antraz é uma bactéria que pode ser usada na guerra biológica e como arma de terroristas. O IML (Instituto Médico Legal) de Belém apontou uma provável contaminação. O Instituto Evandro Chagas divulgará a contraprova nesta semana.
"Como a encomenda seguiria no navio para o Canadá, um país que faz fronteira com os EUA, existe suspeita da existência de uma rota para a entrada da bactéria", disse o superintendente da PF no Pará, Geraldo Araújo.
Mas Araújo aguarda o resultado da contraprova. Como medida de prevenção, o corpo foi colocado em urna de madeira protegida por placa de zinco. A bagagem também foi lacrada. Nenhum outro tripulante apresentou sintomas de contaminação.
Segundo a PF, Ibrahim teria recebido um pacote no Cairo, capital do Egito, e pode ter sido contaminado ao manter contato com o pó contido na embalagem. Ele era imediato do navio egípcio (segundo na hierarquia, após o comandante).
Ibrahim viajou de avião para o Brasil e depois seguiu para a cidade de Macapá (AP), onde se juntou à tripulação.
Em Porto Trombetas, o navio estava ancorado no dia 11, quando Ibrahim passou mal e morreu antes de ser tratado. Segundo o diretor do IML, Luiz Malcher, ele morreu em 12 horas, após hemorragia nos pulmões, nos pâncreas e no cérebro, comum em vítimas do antraz.
Caso seja comprovada a morte por antraz, a PF e a polícia canadense irão investigar quem receberia a encomenda e quem a teria entregue. O navio foi colocado em quarentena na quinta, na costa de Nova Escócia (Canadá). (DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM)


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