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Polícia investiga elo entre líder do TCP e Rocinha
MARIO HUGO MONKEN
TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO
A polícia do Rio investiga uma
suposta aliança entre o líder da
facção criminosa TCP (Terceiro
Comando Puro), Robson André
da Silva, o Robinho Pinga, e traficantes da favela da Rocinha (São
Conrado, zona sul), personagens
dos últimos acontecimentos da
segurança pública do Estado.
Uma possível prova da ligação
foi a apreensão de uma granada
M-20 ontem na Rocinha. O artefato é do mesmo lote encontrado
pela polícia na semana passada na
favela da Coréia (zona oeste), reduto de Pinga. No arsenal havia
161 granadas (M-20 e M-3), oito
minas terrestres, um fuzil e cerca
de 19 mil munições.
O lote CEV 4-11-96, que teria
cerca de 1.500 granadas, foi vendido inteiro à Aeronáutica, segundo
o fabricante. No ano passado, 17
granadas do lote foram achadas
em favelas cariocas.
Com a aliança, Pinga se fortaleceria ainda mais. O líder do TCP
controla a venda de drogas em
cerca de 20 favelas das zonas oeste
e norte, além de ser um dos principais "matutos" (atacadistas).
Segundo a polícia, Pinga poderá
se tornar o principal fornecedor
da Rocinha, o maior entreposto
de drogas do Rio, que tem faturamento mensal de R$ 50 milhões.
A suspeita de parceria entre
Pinga e traficantes da Rocinha
surgiu a partir de escutas feitas no
último dia 14 em telefones usados
por subordinados de Pinga. No
mesmo dia, foi morto Luciano
Barbosa da Silva, o Lulu, então
chefe do tráfico na Rocinha.
Em uma conversa, o traficante
Márcio José Sabino, o Matemático, auxiliar de Pinga, diz ao gerente da favela Cavalo de Aço (zona
oeste), Marquinhos Bim, que traficantes da Rocinha presos no
complexo de Bangu (zona oeste)
pretendiam se aliar ao TCP.
Segundo a polícia, os traficantes
da Rocinha queriam se aliar a Pinga para evitar uma nova invasão
do grupo liderado por Eduíno
Eustáquio de Araújo Filho, o Dudu. Pinga cederia armas e pessoal
para a Rocinha. Em troca, passaria a fornecer cocaína e maconha.
A quadrilha da Rocinha rompeu com o CV (Comando Vermelho) desde que Lulu não cedeu algumas "bocas" a Dudu, como
queriam os chefes da facção presos em Bangu 1.
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