São Paulo, sábado, 29 de abril de 2006

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URBANISMO

Prefeitura e Estado já iniciaram estudos da obra, estimada em até R$ 1 bilhão; cobrança será na pista expressa

Marginal pode ter mais 8 faixas e pedágio

FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL

O projeto de reforma da marginal Tietê prevê a construção de oito novas faixas de tráfego, quatro de cada lado do rio. Parceria entre a Prefeitura de São Paulo e o Estado, a obra está orçada entre R$ 800 milhões e R$ 1 bilhão. A idéia é lançar o edital em 2007, quando os estudos devem ser finalizados.
Para viabilizar o projeto, a construção das novas pistas deve ser repassada à iniciativa privada na forma de concessão. As empresas seriam compensadas com a cobrança de pedágio urbano -o primeiro do país. Só pagariam os motoristas que utilizassem as novas faixas expressas.
Há duas alternativas em estudo para a concessão: fazer uma nova licitação ou aditar os contratos com as atuais concessionárias de rodovias que chegam à marginal, responsáveis hoje pela Dutra, Anhangüera/Bandeirantes e Castello Branco. A segunda opção é questionada por técnicos do Estado, que temem uma enxurrada de contestações judiciais de empresas interessados no negócio, caso o aditamento seja feito.
Na prática, os 24,5 km da marginal, por onde circulam 750 mil veículos por dia, passariam a ter 11 faixas em cada sentido -quatro locais, três semi-expressas e quatro expressas. Hoje, há sete faixas na maior parte da via.
Para ampliar o número de faixas na marginal, será necessário utilizar parte do canteiro central -que perderia árvores recém-plantadas na reforma da calha do rio, projeto antienchente que consumiu R$ 1 bilhão dos cofres públicos- e também desapropriar imóveis junto à pista local.
Há trechos da marginal Tietê em que a implantação das novas faixas seria facilitada, pois o canteiro central com gramado é largo o suficiente para acomodar a construção.
Mas há pontos de estrangulamento, principalmente junto a pontes que atravessam o rio, em que a obra seria mais trabalhosa e mais cara -pois dependeria de mais desapropriações. É o caso de trechos próximos ao rio Tamanduateí e à ponte do Limão.
Os estudos estão sendo feitos desde 2005 por técnicos das duas administrações. Segundo o secretário municipal de Infra-Estrutura Urbana e Obras, Antônio Arnaldo Queiróz, no mês que vem a prefeitura vai contratar uma empresa para fazer o estudo de viabilidade ambiental do projeto.
"É uma obra vital para a cidade. Se não fizermos algo, São Paulo vai parar daqui a dez anos", diz Queiróz, que forneceu à Folha os detalhes do projeto.


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