São Paulo, sábado, 29 de abril de 2006

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FÚRIA ANIMAL

Dona-de-casa levou mordidas na perna quando alimentava os cães, que já haviam atacado a filha dela 15 dias atrás

Mulher morre após ataque de rotweiller

RICARDO GALLO
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma mulher morreu anteontem depois de ser atacada pelos seus dois cães, da raça rotweiller, na cidade de Embu. Os animais foram recolhidos pela prefeitura.
Foi o primeiro caso do tipo na cidade, segundo o Centro de Controle de Zoonoses local. O acidente ocorreu por volta das 18h30, quando a dona-de-casa Maria de Fátima Parra Santos, 49, alimentava os animais no quintal da sua casa, no bairro de Nossa Senhora de Fátima. Estava escuro -a energia no bairro acabara. Ambos, então, avançaram e morderam a perna da dona-de-casa.
Ferida, Maria de Fátima foi levada para o pronto-socorro local, mas morreu por volta de 1h de ontem. De acordo com os médicos, a morte foi causada por um edema pulmonar associado à falência cardiovascular, resultado de uma crise hipertensiva em decorrência dos ataques.
"Ela era cardiopata e, em razão do estresse por conta da agressão, teve uma insuficiência cardíaca e morreu", afirmou o veterinário Marcelo Monteiro, coordenador do Centro de Controle de Zoonoses de Embu. Maria de Fátima foi enterrada ontem à tarde.
Não foi a primeira vez que Bruto, de um ano, e Sara, de três, demonstraram agressividade contra a família da vítima. Há cerca de 15 dias, Marylin Parra de Oliveira Santos, 14, filha caçula da dona-de-casa, fora atacada pelos cães. "Eles sempre foram mansos. De um mês para cá, ficaram agressivos", conta o filho mais velho de Maria de Fátima, o pintor Marlon Deivison Parra Santos, 30.
Na ocasião, a família ligou para a prefeitura -o objetivo era se desfazer do animal. "A gente já não queria mais [os cachorros]. Eles tinham mudado de comportamento." Segundo Santos, a resposta da prefeitura foi para que Maria de Fátima entrasse em um site de doações. Antes, a dona-de-casa consultara um veterinário. Já estava preocupada com a mudança de comportamento dos cães.
Segundo o Centro de Controle de Zoonoses, não há registro de reclamações da dona-de-casa ou registradas no seu endereço. Em Embu, os pedidos dos munícipes são feitos por meio de um 0800, que os encaminha para os setores a que eles correspondem.

Canil
Em situações parecidas, os cães podem ser recolhidos e observados no canil da Zoonoses por dez dias. Se são cães mansos, ficam na casa do dono. Caso continuem agressivos, podem ser mantidos no canil ou serem sacrificados.
O coordenador do centro, Marcelo Monteiro, afirmou que o estresse pode ter sido a causa do ataque dos cães. O quintal da casa, pequeno, contribui para a agressividade do animal. De acordo com vizinhos, Maria de Fátima tratava bem os seus cães.
Um inquérito policial foi aberto no distrito policial do Jardim São Marcos, na periferia de Embu, para investigar o caso.


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