DA SUCURSAL DO RIO
DA REPORTAGEM LOCAL

Criação de salas de aula, construção de laboratórios e melhorias na infra-estrutura das escolas são algumas das ações que estão emperradas nos municípios devido à falta de repasse de recursos. Em Itaúba (MT), em uma das escolas a secretaria pretende tirar o refeitório do lado dos banheiros. Também é preciso construir quadras esportivas nos colégios. As ações estão ameaçadas pela falta de documentação. "Sem esse dinheiro, não conseguimos fazer quase nada", diz a secretária de Educação, Ivanir Cavalheiro Zonta. "O FNDE [órgão do MEC responsável pela distribuição de recursos] poderia ser um pouco mais flexível com os municípios interioranos", diz Clea Ferreira, consultora educacional da secretaria de Educação de Serrinha (BA), onde a prefeitura diz ter déficit de seis creches e cinco escolas. O problema também é sentido em Maiquinique (BA), município que teve o pior Ideb do país (índice que alia resultados de aprendizagem a taxas de evasão e repetência), no patamar 0,7, numa escala que vai de 0 a 10. A ajuda do MEC é baseada justamente no Ideb. Em Inhambupe (BA), a secretária municipal de Educação, Adalgisa Oliveira, disse que preferiu fazer as obras de ampliação nas escolas com recursos próprios para "fugir da burocracia do FNDE". Em Biritinga (BA), uma das ações que estão paradas por falta de verbas é a construção de laboratórios de informática. Outra reclamação é com relação aos prazos. "Recebemos o ofício com os documentos necessários no dia 17 de março, e o prazo expirava no dia 31", disse a coordenadora-geral de Educação de Dom Aquino (MT), Joeny Ribeiro da Silva. Outras cidades que reclamaram da burocracia foram Aquibadã (SE), Itarantim (BA), Juruá (AM) e Novo Santo Antônio (MT). Em Envira (AM) e Sítio do Mato (BA), os dirigentes disseram não ter tido problemas.