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Escola de São José dos Campos é a melhor de SP
MATHEUS PICHONELLI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS
CAMPOS
Os 201 estudantes formados
em 2008 pelo colégio Engenheiro Juarez Wanderley, em
São José dos Campos (91 km de
São Paulo), entraram em ao
menos uma instituição de ensino superior do país - 80% em
universidades públicas.
A foto de cada um deles está
em um mural improvisado no
corredor da escola.
"Passamos aqui e vemos fotos de alunos que viraram
exemplos. Pensamos que também podemos estar lá no ano
que vem", diz Matheus Santos
Castilho, 16, aluno do terceiro
ano do ensino médio no colégio
e que vai prestar vestibular para o curso de medicina ainda
neste semestre.
Fundado em 2002 e mantido
pelo Instituto Embraer de Educação e Pesquisa, o colégio aparece como o melhor do Estado
de São Paulo no Enem. Na lista
do ano passado, a escola ocupava a terceira posição.
São 600 alunos matriculados, todos egressos do ensino
público. As salas de aula, com
cerca de 40 alunos, são batizadas com nomes de heróis da
mitologia, como Perseu e Hércules, de cidades históricas ou
sedes de Jogos Olímpicos.
"É para não hierarquizar. Na
escola municipal onde eu estudava, os melhores alunos iam
sempre para as turmas "A'",
afirma Castilho.
Vestibulinho
Para entrar no colégio, os
candidatos precisam disputar
um vestibulinho, que teve, só
no ano passado, 5.000 postulantes para 200 vagas. Selecionados, os estudantes passam
cerca de dez horas por dia na
escola -chegam a cumprir
6.000 horas/aula durante todo
o curso.
Nesse período, 30% do tempo é dedicado a aulas de preparação para ingresso na universidade, participação em work-shops e palestras. Além disso,
todos alunos participam de ao
menos um projeto de sustentabilidade, como o de uma casa
feita com madeira reflorestada
e com aquecedor solar, por
exemplo. Ontem, no início da
tarde, a biblioteca da escola estava lotada.
A partir do segundo ano do
ensino médio, o estudante, já
de olho na universidade, realiza
atividades voltadas para as
áreas em que pretende trabalhar: exatas, humanas ou biomédicas. São 800 horas/aulas
até o fim do curso.
Mais tempo
Segundo o diretor do colégio,
Jamerson Mansur Peixoto, a
vantagem é que os alunos passam mais tempo no colégio, como ocorre no Japão.
"Isso permite que a escola
participe mais da vida do aluno
e ele da vida da escola", afirma.
No Juarez Wanderley, diz o
diretor do estabelecimento, os
alunos são instigados a traçar
metas para além da universidade e são cobrados, como numa
empresa, para não se contentarem em ficar "na média".
Segundo Pedro Ferraz, diretor do Instituto Embraer, alguns pais de alunos veem a universidade como algo distante, e
são orientados pelo colégio a
estimular os estudantes.
Embora seja considerado colégio particular pelo Ministério
da Educação, ninguém paga
mensalidade. Alunos de quatro
cidades da região têm direito a
transporte, alimentação, uniformes e livros. A escola usa o
Sistema Pitágoras de ensino.
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