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"Pensei que tinha caído um avião"
da Sucursal do Rio
Após a explosão, o cenário da
rua Rio Claro era de destruição.
Animais domésticos foram jogados longe pelo deslocamento de
ar. Vizinhos contabilizaram a
morte de cães, gatos e galinhas.
Por todo lugar, pedaços de cimento, telhas, madeiras e tijolos
se espalhavam pela rua. Poças de
sangue e cadáveres na rua reforçavam a impressão de que um bombardeio acabara de ocorrer na
área.
O local da tragédia foi visitado
durante a manhã por centenas de
moradores, que, em fila, subiam
pela trilha que leva ao alto do morro. O susto dos habitantes da localidade com a explosão ainda era
comentado de manhã.
"Pensei que tinha caído um
avião sobre o bairro", disse à Folha o microempresário Mário
Caetano Bal, 36, que mora a 500 m
da construção que explodiu. Todas as vidraças de sua casa se quebraram.
Morador da casa em frente ao local da explosão, o pintor Edson
Pinto Carvalho, 31, contou que, ao
voltar do trabalho por volta das
22h de anteontem, notou um forte
cheiro de gás.
Carvalho disse que, assim que
ouviu o estrondo, lembrou do
cheiro que havia sentido horas antes. "Achei logo que a explosão tinha sido causada por gás. Só que
pensei que tinha sido na minha casa", afirmou.
Bóris da Silva, 40, correu para
ajudar assim que descobriu, em
meio à poeira e à fumaça, que a
casa atingida pela explosão era a
do "velho Mané", modo como
Manoel Pereira era conhecido.
"Conseguimos tirar as crianças
de baixo dos pedaços de parede.
Era um desespero. As pessoas gritavam na rua. Os soterrados gritavam também. Parecia filme da
Guerra do Vietnã", disse Silva.
(ST)
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