São Paulo, quarta, 29 de abril de 1998

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"Pensei que tinha caído um avião"

da Sucursal do Rio

Após a explosão, o cenário da rua Rio Claro era de destruição. Animais domésticos foram jogados longe pelo deslocamento de ar. Vizinhos contabilizaram a morte de cães, gatos e galinhas.
Por todo lugar, pedaços de cimento, telhas, madeiras e tijolos se espalhavam pela rua. Poças de sangue e cadáveres na rua reforçavam a impressão de que um bombardeio acabara de ocorrer na área.
O local da tragédia foi visitado durante a manhã por centenas de moradores, que, em fila, subiam pela trilha que leva ao alto do morro. O susto dos habitantes da localidade com a explosão ainda era comentado de manhã.
"Pensei que tinha caído um avião sobre o bairro", disse à Folha o microempresário Mário Caetano Bal, 36, que mora a 500 m da construção que explodiu. Todas as vidraças de sua casa se quebraram.
Morador da casa em frente ao local da explosão, o pintor Edson Pinto Carvalho, 31, contou que, ao voltar do trabalho por volta das 22h de anteontem, notou um forte cheiro de gás.
Carvalho disse que, assim que ouviu o estrondo, lembrou do cheiro que havia sentido horas antes. "Achei logo que a explosão tinha sido causada por gás. Só que pensei que tinha sido na minha casa", afirmou.
Bóris da Silva, 40, correu para ajudar assim que descobriu, em meio à poeira e à fumaça, que a casa atingida pela explosão era a do "velho Mané", modo como Manoel Pereira era conhecido.
"Conseguimos tirar as crianças de baixo dos pedaços de parede. Era um desespero. As pessoas gritavam na rua. Os soterrados gritavam também. Parecia filme da Guerra do Vietnã", disse Silva. (ST)



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