São Paulo, quarta, 29 de abril de 1998

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Café da manhã selou acordo

da Reportagem Local

O "entendimento" que o prefeito Celso Pitta vinha buscando desde o início da rebelião dos vereadores governistas, em fevereiro, foi selado ontem, num café da manhã com os rebeldes, em sua casa.
Apesar de afirmarem, até a noite de anteontem, que não falariam com o prefeito -que havia convocado uma reunião para ontem, às 11h-, foram os rebeldes que pediram o encontro.
Ainda que tentassem desmentir a reunião, foi o próprio prefeito quem confirmou o "avanço" das conversas com os dissidentes.
Segundo Pitta, "pesou o interesse de todos pela cidade, sobreposto a interesses menores, para garantir o retorno dos vereadores à bancada governista."
Pitta diz que fez com que os dissidentes compreendessem que os únicos ganhadores com a cisão na bancada governista foram os vereadores da oposição.
O prefeito garante ainda que não foram colocados cargos à disposição dos rebeldes. "Esse fisiologismo não faz parte do nosso relacionamento com a Câmara", diz Pitta.
O governista Vicente Viscome (PPB), porém, voltou a criticar ontem a concentração de cargos municipais nas mãos de seis vereadores (Nelo Rodolfo, Hanna Garib, Bruno Féder, Zé Índio, Brasil Vita e Miguel Colasuonno).
Segundo Viscome, esse grupo seria o mais beneficiado no "loteamento" de cargos, prática que Pitta chama de "distribuição do espaço político".
O vereador acusou ainda que esses cargos seriam usados como "trampolim eleitoral". Pitta disse que as críticas são improcedentes, porque "prevalece o interesse público".
Os únicos rebeldes que admitiram que houve um entendimento com Pitta foram Paulo Frange (PPB) e Luiz Paschoal (PTB). Os demais afirmam que vão "até o fim" e querem a CPI.
"Estabelecemos um canal direto com Pitta, sem intermediários, que nos fez ver que ele está interessado em resolver os problemas da cidade", diz Frange.



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