São Paulo, quarta, 29 de abril de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Pesquisa vai testar "hormônio de grife"

LUCIA MARTINS
enviada especial ao Rio

Uma nova pesquisa internacional reunindo 25 países -entre eles o Brasil- vai testar os efeitos de um novo remédio na redução dos riscos de problemas cardíacos em mulheres na pós-menopausa. A droga foi apelidada de "estrogênio de grife' porque seus efeitos se assemelham ao do hormônio.
A pesquisa foi anunciada ontem por Nanette Wenger, pesquisadora da Universidade de Emory (EUA) e a primeira a realizar estudos sobre os efeitos da reposição hormonal em mulheres na redução de problemas cardíacos.
Cerca de 10 mil mulheres que já tiveram complicações cardíacas vão participar do estudo que vai durar 10 anos para tentar checar os efeitos desse medicamento -um produto químico que teria os efeitos positivos dos hormônios sem os efeitos colaterais.
As mulheres deverão começar a ser recrutadas até julho. Metade das mulheres vai tomar o remédio e a outra metade, apenas placebo (substância sem nenhum efeito). O estudo vai comparar o efeito do remédio em relação ao placebo.
Em 1995, segundo Nanette, outro estudo mostrou que as mulheres que usaram hormônios tiveram menos complicações cardíacas do que as não tomaram.
O grande problema, segundo ela, é saber se os efeitos positivos dos hormônios nessas mulheres são consequência dos próprios hormônios ou se eles resultam do fato de que a maioria das mulheres que toma hormônios é mais saudável do que as não tomam.
"Geralmente os médicos dão hormônios para as mulheres saudáveis, que não fumam e que fazem exercícios. Por isso, fica difícil saber se os efeitos positivos são consequência dos hormônios ou do bom estado de saúde", diz.
Hoje, no Ocidente, as doenças cardíacas são a principal causa de morte das mulheres. Nos EUA, os ataques cardíacos matam mais mulheres do que homens. Mas o problema está relacionado, nas mulheres, com a velhice.
Entre 45 e 64 anos, a cada oito mulheres uma é predisposta a desenvolver problemas cardíacos. Essa proporção salta para um a cada três após os 65 anos.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.