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Pesquisa vai testar "hormônio de grife"
LUCIA MARTINS
enviada especial ao Rio
Uma nova pesquisa internacional reunindo 25 países -entre
eles o Brasil- vai testar os efeitos
de um novo remédio na redução
dos riscos de problemas cardíacos
em mulheres na pós-menopausa.
A droga foi apelidada de "estrogênio de grife' porque seus efeitos se
assemelham ao do hormônio.
A pesquisa foi anunciada ontem
por Nanette Wenger, pesquisadora da Universidade de Emory
(EUA) e a primeira a realizar estudos sobre os efeitos da reposição
hormonal em mulheres na redução de problemas cardíacos.
Cerca de 10 mil mulheres que já
tiveram complicações cardíacas
vão participar do estudo que vai
durar 10 anos para tentar checar os
efeitos desse medicamento -um
produto químico que teria os efeitos positivos dos hormônios sem
os efeitos colaterais.
As mulheres deverão começar a
ser recrutadas até julho. Metade
das mulheres vai tomar o remédio
e a outra metade, apenas placebo
(substância sem nenhum efeito).
O estudo vai comparar o efeito do
remédio em relação ao placebo.
Em 1995, segundo Nanette, outro estudo mostrou que as mulheres que usaram hormônios tiveram menos complicações cardíacas do que as não tomaram.
O grande problema, segundo
ela, é saber se os efeitos positivos
dos hormônios nessas mulheres
são consequência dos próprios
hormônios ou se eles resultam do
fato de que a maioria das mulheres
que toma hormônios é mais saudável do que as não tomam.
"Geralmente os médicos dão
hormônios para as mulheres saudáveis, que não fumam e que fazem exercícios. Por isso, fica difícil
saber se os efeitos positivos são
consequência dos hormônios ou
do bom estado de saúde", diz.
Hoje, no Ocidente, as doenças
cardíacas são a principal causa de
morte das mulheres. Nos EUA, os
ataques cardíacos matam mais
mulheres do que homens. Mas o
problema está relacionado, nas
mulheres, com a velhice.
Entre 45 e 64 anos, a cada oito
mulheres uma é predisposta a desenvolver problemas cardíacos.
Essa proporção salta para um a cada três após os 65 anos.
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