São Paulo, segunda-feira, 29 de maio de 2000


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BH implanta sistema de autogestão

RANIER BRAGON
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Nos últimos quatro anos, 366 famílias de baixa renda de Belo Horizonte conseguiram casas próprias pelo Programa de Autogestão da prefeitura. O sistema transfere para as famílias a responsabilidade pelo gerenciamento do processo de construção das casas.
Desde 1996, ano da implantação, foram concluídos cinco conjuntos habitacionais, ao custo de R$ 3,6 milhões. Outros três (393 casas, custo de R$ 6 milhões) devem ser inaugurados até outubro.
De acordo com a coordenadora do programa, Sílvia Andere, 39, outros dois conjuntos, que terão 488 unidades, estão em fase de assinatura de convênio.
"O sistema de autogestão é muito mais eficiente do que a prefeitura construir a casa e dar para a família. Na autogestão, a pessoa participa do processo desde a capina do lote até o acabamento, responsabilizando-se muito mais por sua conservação e manutenção", afirma.
Para fazer parte do programa, as famílias devem ter renda de até cinco salários mínimos e precisam estar morando na cidade há pelo menos dois anos. Elas devem se reunir em associações e pleitear a entrada por intermédio do Orçamento Participativo da Habitação (sistema no qual a população decide a aplicação de parte do orçamento público).
Em seguida, as famílias contratam empresas de assessoria para a elaboração do projeto. É apresentado um cronograma de obras e de aplicação dos recursos. Em caso de aprovação, a prefeitura passa a fiscalizar mensalmente sua implantação.
A mão-de-obra utilizada é selecionada entre os integrantes das famílias que estão desempregados. Nos finais de semana, os participantes se unem e trabalham em processo de mutirão.
Concluída as casas -que têm, em média, 55 metros quadrados, três quartos, sala, cozinha, banheiro e área de serviço-, as famílias começam a pagar uma mensalidade que não pode ultrapassar 30% da renda familiar, com juros de 3% anuais, durante 18 anos. Segundo Sílvia Andere, somente duas das 366 famílias estão inadimplentes. Pelas regras, o morador não pode negociar o imóvel por um período de cinco anos após sua conclusão.
A assessora parlamentar Gislene dos Reis, 44, moradora em um dos conjuntos habitacionais, considera a autogestão "a melhor maneira de integrar os moradores e economizar os custos" da obra.




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