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BH implanta sistema de autogestão
RANIER BRAGON
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Nos últimos quatro anos, 366 famílias de baixa renda de Belo Horizonte conseguiram casas próprias pelo Programa de Autogestão da prefeitura. O sistema transfere para as famílias a responsabilidade pelo gerenciamento do
processo de construção das casas.
Desde 1996, ano da implantação, foram concluídos cinco conjuntos habitacionais, ao custo de
R$ 3,6 milhões. Outros três (393
casas, custo de R$ 6 milhões) devem ser inaugurados até outubro.
De acordo com a coordenadora
do programa, Sílvia Andere, 39,
outros dois conjuntos, que terão
488 unidades, estão em fase de assinatura de convênio.
"O sistema de autogestão é muito mais eficiente do que a prefeitura construir a casa e dar para a
família. Na autogestão, a pessoa
participa do processo desde a capina do lote até o acabamento,
responsabilizando-se muito mais
por sua conservação e manutenção", afirma.
Para fazer parte do programa,
as famílias devem ter renda de até
cinco salários mínimos e precisam estar morando na cidade há
pelo menos dois anos. Elas devem
se reunir em associações e pleitear
a entrada por intermédio do Orçamento Participativo da Habitação (sistema no qual a população
decide a aplicação de parte do orçamento público).
Em seguida, as famílias contratam empresas de assessoria para a
elaboração do projeto. É apresentado um cronograma de obras e
de aplicação dos recursos. Em caso de aprovação, a prefeitura passa a fiscalizar mensalmente sua
implantação.
A mão-de-obra utilizada é selecionada entre os integrantes das
famílias que estão desempregados. Nos finais de semana, os participantes se unem e trabalham
em processo de mutirão.
Concluída as casas -que têm,
em média, 55 metros quadrados,
três quartos, sala, cozinha, banheiro e área de serviço-, as famílias começam a pagar uma
mensalidade que não pode ultrapassar 30% da renda familiar,
com juros de 3% anuais, durante
18 anos. Segundo Sílvia Andere,
somente duas das 366 famílias estão inadimplentes. Pelas regras, o
morador não pode negociar o
imóvel por um período de cinco
anos após sua conclusão.
A assessora parlamentar Gislene dos Reis, 44, moradora em um
dos conjuntos habitacionais, considera a autogestão "a melhor maneira de integrar os moradores e
economizar os custos" da obra.
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