São Paulo, terça-feira, 29 de junho de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SAÚDE

Decisão, contrária a comando estadual, foi tomada após governo propor aumentar oferta de 20% sobre gratificação

Médicos do HC de Ribeirão mantêm greve

ADRIANA MATIUZO
FREE-LANCE PARA A FOLHA RIBEIRÃO

Os servidores e os médicos do HC (Hospital das Clínicas) de Ribeirão Preto (cidade a 314 km de São Paulo) decidiram ontem, em assembléia, continuar em greve -a maior da história da instituição, que completa hoje 50 dias-, contrariando decisão do comando estadual da categoria, que suspendeu o movimento no Estado.
Desde o início da paralisação, pelo menos 10.500 consultas deixaram de ser feitas no HC, segundo a avaliação do hospital.
De acordo com o próprio Sindsaúde (Sindicato dos Servidores da Saúde), que lidera a greve dos servidores estaduais, o HC era o único hospital do Estado que permanecia em greve ontem.
A continuidade da paralisação foi decidida em assembléia ontem à tarde, após reunião em São Paulo, em que o governo do Estado propôs apenas aumentar a oferta anterior de reajuste de 20% da GEA (Gratificação Especial de Atividade) -proposta que já havia sido recusada anteriormente por servidores e médicos do HC.
Na reunião de ontem, o governo também anunciou que irá manter o desconto dos dias parados, com a possível devolução dos valores, desde que haja reposição das horas não trabalhadas.
O governo afirmou ainda que não tem como oferecer nada a respeito das outras reivindicações da categoria, como o reajuste salarial de 30%, a contratação de pessoal e a implantação de um Plano de Cargos, Carreiras e Salários.
No dia 16, o hospital chegou a suspender a paralisação por um dia, mas retomou a greve após a falta de acordo com o governo estadual. Os servidores do HC ficaram irritados ao tomar conhecimento da nova contraproposta ontem. Alguns chegaram a propor a radicalização da greve.
A presidente da Associação dos Servidores do HC, Aimar Lúcia Maria Finotti, disse que não haverá radicalização, mas que o movimento estudará novas formas de protesto.
Francisco Antônio Prudêncio, 41, diretor regional do Sindsaúde, afirmou que a associação de servidores do HC arcará "sozinha com a responsabilidade sobre a greve".
Procurada pela reportagem da Folha por volta das 18h, a assessoria da Secretaria de Estado da Saúde informou que não tinha conhecimento do resultado da assembléia no HC.


Texto Anterior: Panorâmica - Saúde: Manaus pode ter surto de pneumonia atípica
Próximo Texto: Funcionalismo: Servidores fazem greve de 24 horas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.