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SAÚDE
Decisão, contrária a comando estadual, foi tomada após governo propor aumentar oferta de 20% sobre gratificação
Médicos do HC de Ribeirão mantêm greve
ADRIANA MATIUZO
FREE-LANCE PARA A FOLHA RIBEIRÃO
Os servidores e os médicos do
HC (Hospital das Clínicas) de Ribeirão Preto (cidade a 314 km de
São Paulo) decidiram ontem, em
assembléia, continuar em greve
-a maior da história da instituição, que completa hoje 50 dias-,
contrariando decisão do comando estadual da categoria, que suspendeu o movimento no Estado.
Desde o início da paralisação,
pelo menos 10.500 consultas deixaram de ser feitas no HC, segundo a avaliação do hospital.
De acordo com o próprio Sindsaúde (Sindicato dos Servidores
da Saúde), que lidera a greve dos
servidores estaduais, o HC era o
único hospital do Estado que permanecia em greve ontem.
A continuidade da paralisação
foi decidida em assembléia ontem
à tarde, após reunião em São Paulo, em que o governo do Estado
propôs apenas aumentar a oferta
anterior de reajuste de 20% da
GEA (Gratificação Especial de
Atividade) -proposta que já havia sido recusada anteriormente
por servidores e médicos do HC.
Na reunião de ontem, o governo
também anunciou que irá manter
o desconto dos dias parados, com
a possível devolução dos valores,
desde que haja reposição das horas não trabalhadas.
O governo afirmou ainda que
não tem como oferecer nada a
respeito das outras reivindicações
da categoria, como o reajuste salarial de 30%, a contratação de pessoal e a implantação de um Plano
de Cargos, Carreiras e Salários.
No dia 16, o hospital chegou a
suspender a paralisação por um
dia, mas retomou a greve após a
falta de acordo com o governo estadual. Os servidores do HC ficaram irritados ao tomar conhecimento da nova contraproposta
ontem. Alguns chegaram a propor a radicalização da greve.
A presidente da Associação dos
Servidores do HC, Aimar Lúcia
Maria Finotti, disse que não haverá radicalização, mas que o movimento estudará novas formas de
protesto.
Francisco Antônio Prudêncio,
41, diretor regional do Sindsaúde,
afirmou que a associação de servidores do HC arcará "sozinha com
a responsabilidade sobre a greve".
Procurada pela reportagem da
Folha por volta das 18h, a assessoria da Secretaria de Estado da Saúde informou que não tinha conhecimento do resultado da assembléia no HC.
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