São Paulo, Terça-feira, 29 de Junho de 1999
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Cassado teve até 14 votos a seu favor

da Reportagem Local

Para os 52 vereadores que decidiram a sorte de Viscome, a irregularidade mais grave cometida por ele foi ter fugido da polícia e descumprido ordem de prisão judicial.
Essa foi a quarta denúncia contra Viscome a ser votada. Dos 52 vereadores, 41 acharam Viscome culpado e 11 discordaram (9 votaram não e 2 se abstiveram).
Viscome ficou foragido durante 22 dias, desde o momento da expedição de seu mandado de prisão preventiva pela Justiça. Ele se entregou apenas no dia 31 de março, dizendo estar "cansado" e justificando a fuga por ter confiado em "advogados incompetentes".
Na opinião dos parlamentares, a fuga de Viscome é mais grave que os indícios de que teria utilizado o mandato para a obtenção de vantagens indevidas, comandando uma rede de propina na Administração Regional da Penha.
Nesse caso, 39 vereadores votaram pela culpabilidade de Viscome, que contou com o apoio de 13 parlamentares (8 votos não e 5 em branco). Essa foi a primeira votação, que definiu a cassação do vereador. Após essa votação, Viscome deixou o plenário.
Ele sempre negou ter comandado um esquema de propina na Penha. Viscome afirmava que não tinha como controlar o que todos os funcionários da regional faziam. "Se havia corrupção, eu não sabia", afirmava.
Ele também foi considerado culpado de ter usado em seu gabinete um funcionário contratado pelo Anhembi (38 votos), de ter utilizado sua influência para a colocação de propaganda política na Penha (40 votos) e de ter se recusado a depor por duas vezes na CPI da máfia da propina (40 votos).
Nas cinco votações das acusações, o vereador cassado teve o apoio de, no mínimo, 11 colegas parlamentares (apoio que ele teve na decisão sobre sua fuga).
Mas, no momento dos discursos que precederam as votações, nenhum vereador levantou a voz para defender Viscome. Dos sete vereadores que discursaram, só dois (Paulo Frange e Ivo Morganti) eram do bloco governista, o mesmo de Viscome. Mas eles pediram apenas um "voto consciente" aos colegas.


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