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INVESTIGAÇÃO
Deputado é acusado de peculato, concussão, prevaricação e formação de quadrilha, mas nega envolvimento
Polícia indicia Garib após depoimento
SÍLVIA CORRÊA
da Reportagem Local
O ex-vereador
e deputado estadual Hanna Garib (suspenso do
PPB) foi indiciado (acusado formalmente pela
polícia) ontem
sob a acusação de ter cometido
quatro crimes: concussão (usar
cargo público para exigir benefícios), peculato (usar bem público
para fins particulares), prevaricação (deixar de cumprir função pública) e formação de quadrilha.
Garib é apontado por testemunhas e acusados como sendo o
principal beneficiário de uma rede
de corrupção coordenada por funcionários da Regional da Sé, órgão
que controlou politicamente até o
final do ano passado.
O envolvimento do deputado no
esquema também foi investigado
pela Comissão de Ética da Assembléia Legislativa, que recomendou
a cassação de seu mandato.
O indiciamento aconteceu depois de o deputado depor por mais
de nove horas a um grupo formado
por dois delegados, um promotor
e dois representantes do procurador-geral de Justiça do Estado,
Luiz Antônio Marrey.
A acusação de concussão é sustentada basicamente em dois depoimentos. O primeiro deles é o do
segurança Luiz Antonio da Silva, o
Lula. Ele disse à polícia e à CPI da
máfia que durante um mês e meio,
em 97, entregou semanalmente
nas mãos de Garib R$ 2.000 extorquidos de ambulantes ilegais do
centro. Duas testemunhas confirmaram a acusação.
O segundo depoimento é o do
ex-chefe do rapa da rua 25 de Março, José Raimundo dos Santos, o
PT. Santos admitiu que extorquia
dinheiro dos camelôs e que, como
os demais fiscais, entregava a
quantia para o chefe do depósito
da Sé, que deveria fazer a partilha.
Segundo o acusado, além de envelopes em seu nome e de seus colegas, sempre havia um em nome
do vereador Hanna Garib.
A acusação de prevaricação se
baseia, sobretudo, em declarações
do comerciante Nelson Augustaitis. Segundo ele, no final de 98, Garib presenciou a conversa em que
ele reclamou ao regional da Sé que
continuava tendo seus carrinhos
de cachorro-quente apreendidos,
apesar de pagar propina.
Por fim, Garib foi indiciado sob a
acusação de peculato porque, segundo fiscais, mercadorias
apreendidas iam para o comitê do
então candidato a deputado.
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