LILIAN CHRISTOFOLETTI
da Reportagem Local

A Assembléia Legislativa de São Paulo começa a decidir hoje o futuro político do ex-vereador e deputado estadual Hanna Garib (suspenso do PPB) -acusado de ser o principal beneficiário de um esquema de propina na Administração Regional da Sé.
A possível cassação do mandato do deputado será discutida hoje, às 19h, na Assembléia, em sessão extraordinária.
O presidente da Assembléia, Vanderlei Macris (PSDB), disse que a votação deve ocorrer ainda hoje, apesar de o limite da sessão ser de 12 horas.
Como cada sessão extraordinária tem a duração de cinco horas, o presidente disse estar disposto a convocar uma nova extraordinária ainda hoje.
"Serão, assim, dez horas de discussão, o que considero suficiente. O importante é que o processo não ultrapasse a meia-noite de quarta (quando a Assembléia entra em recesso parlamentar). Temos ainda outros projetos importantes para serem votados", disse.
A reportagem apurou que 63 deputados, de um total de 94, devem votar pela cassação.
Para que Garib perca o mandato, são necessários os votos da maioria dos parlamentares (metade mais um). Assim, 48 votos são suficientes para cassar o deputado. A votação será secreta.
O advogado do deputado, Alberto Rollo, deve ser ouvido hoje durante a discussão dos parlamentares. Os 30 minutos finais da sessão serão destinados ao advogado. "Depois de um longo processo de apuração dos fatos, ainda há a oportunidade para o deputado esclarecer eventuais dúvidas dos parlamentares", afirmou Macris.
O deputado Hanna Garib afirmou que teve poucas chances de defesa durante a tramitação do processo. "Fui chamado apenas no início para me defender", disse Garib, que distribuiu ontem uma carta aos parlamentares. "Confio em Deus que a justiça será feita e aceito o que Ele determinar. Acredite, eu não faltei com o decoro e a ética. Tenho minhas mãos limpas e meu coração limpos. Não compactue com esta injustiça, não destrua um trabalho político de 20 anos. Ouça apenas o seu coração", afirmou o deputado na carta.
A cassação do vereador Vicente Viscome na Câmara Municipal animou os deputados, que consideram a decisão um reflexo da posição mantida pela Assembléia.
"A celeridade e as votações unânimes na Assembléia intimidaram os vereadores. Acredito, agora, em um efeito dominó", disse o deputado estadual Milton Vieira (PL), em referência a outros vereadores também acusados de participar de esquemas de corrupção.
Para o deputado Jorge Caruso (PMDB), os vereadores ficariam em uma situação ruim perante a opinião pública, se não respondessem aos anseios da sociedade.


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