São Paulo, Terça-feira, 29 de Junho de 1999
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Goiás financia universitários carentes

DANIELA FALCÃO
da Sucursal de Brasília

A partir deste mês, 2.500 estudantes carentes de Goiás receberão ajuda financeira do governo estadual para custear a universidade. Chamado de Bolsa Universitária, o programa vai atender a alunos que já estejam cursando faculdades privadas e que têm dificuldades para pagar o curso.
O governo estadual vai pagar 80% das mensalidades que custem até R$ 300. Os alunos pagam os 20% restantes. Quando a mensalidade custar mais de R$ 300, o governo dará R$ 250 e o aluno complementa o valor.
Os 2.500 alunos foram selecionados entre 11.393 inscritos por serem os mais carentes. Para receber a bolsa, os alunos têm de se comprometer a pagar em dia os 20% da mensalidade sob sua responsabilidade. Também precisam ser aprovados em todas as matérias que estejam cursando.
O Bolsa Universitária é semelhante ao programa de crédito educativo do governo federal, porque cobre parte da mensalidade -os alunos têm de arcar com uma parte do custo.
Mas a principal diferença é que o auxílio financeiro recebido pelos alunos de Goiás não precisará ser pago quando terminarem a faculdade, como acontece com o crédito educativo federal.

Reembolso
O pagamento pelo Bolsa Universitária será feito por prestação de serviços (estágios) em órgãos do governo estadual e em entidades filantrópicas selecionadas.
No sistema de crédito educativo da União, os alunos começam a ressarcir o governo assim que se formam, pagando juros de 12% ao ano. Mesmo tendo até oito anos para quitar a dívida, muitos não conseguem e ficam inadimplentes.
Em Goiás, a prestação de serviços acontece paralelamente ao curso. Ou seja, assim que começa a receber o benefício, o aluno deve iniciar o estágio não remunerado.
Como a maioria dos alunos selecionados trabalha de dia e estuda à noite, a carga horária do estágio será de oito horas semanais.
"Eles poderão trabalhar nos finais de semana ou só nos meses de férias. Desenhamos o programa pensando que a maioria dos alunos já trabalha e, por isso, tivemos o cuidado de não sobrecarregá-los", diz Vera Cardoso, coordenador do Bolsa Universitária.
O programa custará ao governo de Goiás R$ 400 mil por mês. Além dos recursos estaduais, a Associação Goiana das Empresas de Engenharia entrará com R$ 120 mil mensais para custear 500 das 2.500 bolsas. Outras parcerias estão sendo definidas para permitir que o número de beneficiados aumente. A meta é beneficiar pelo menos 5.000 alunos carentes.
Para atrair empresas, o governo de Goiás repassou à OVG (Organização de Voluntárias de Goiás) a tarefa de administrar o Bolsa Universitária. Como é uma entidade filantrópica, as empresas que fazem doações à OVG recebem dedução no imposto de renda.


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