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Goiás financia universitários carentes
DANIELA FALCÃO
da Sucursal de Brasília
A partir deste mês, 2.500 estudantes carentes de Goiás receberão
ajuda financeira do governo estadual para custear a universidade.
Chamado de Bolsa Universitária, o
programa vai atender a alunos que
já estejam cursando faculdades
privadas e que têm dificuldades
para pagar o curso.
O governo estadual vai pagar
80% das mensalidades que custem
até R$ 300. Os alunos pagam os
20% restantes. Quando a mensalidade custar mais de R$ 300, o governo dará R$ 250 e o aluno complementa o valor.
Os 2.500 alunos foram selecionados entre 11.393 inscritos por serem os mais carentes. Para receber
a bolsa, os alunos têm de se comprometer a pagar em dia os 20% da
mensalidade sob sua responsabilidade. Também precisam ser aprovados em todas as matérias que estejam cursando.
O Bolsa Universitária é semelhante ao programa de crédito
educativo do governo federal, porque cobre parte da mensalidade
-os alunos têm de arcar com uma
parte do custo.
Mas a principal diferença é que o
auxílio financeiro recebido pelos
alunos de Goiás não precisará ser
pago quando terminarem a faculdade, como acontece com o crédito educativo federal.
Reembolso
O pagamento pelo Bolsa Universitária será feito por prestação de
serviços (estágios) em órgãos do
governo estadual e em entidades
filantrópicas selecionadas.
No sistema de crédito educativo
da União, os alunos começam a
ressarcir o governo assim que se
formam, pagando juros de 12% ao
ano. Mesmo tendo até oito anos
para quitar a dívida, muitos não
conseguem e ficam inadimplentes.
Em Goiás, a prestação de serviços acontece paralelamente ao curso. Ou seja, assim que começa a receber o benefício, o aluno deve iniciar o estágio não remunerado.
Como a maioria dos alunos selecionados trabalha de dia e estuda à
noite, a carga horária do estágio será de oito horas semanais.
"Eles poderão trabalhar nos finais de semana ou só nos meses de
férias. Desenhamos o programa
pensando que a maioria dos alunos já trabalha e, por isso, tivemos
o cuidado de não sobrecarregá-los", diz Vera Cardoso, coordenador do Bolsa Universitária.
O programa custará ao governo
de Goiás R$ 400 mil por mês. Além
dos recursos estaduais, a Associação Goiana das Empresas de Engenharia entrará com R$ 120 mil
mensais para custear 500 das 2.500
bolsas. Outras parcerias estão sendo definidas para permitir que o
número de beneficiados aumente.
A meta é beneficiar pelo menos
5.000 alunos carentes.
Para atrair empresas, o governo
de Goiás repassou à OVG (Organização de Voluntárias de Goiás) a
tarefa de administrar o Bolsa Universitária. Como é uma entidade
filantrópica, as empresas que fazem doações à OVG recebem dedução no imposto de renda.
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