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LEGISLATIVO
Proposta que irá a plenário prevê extinção de 2 dos 7 postos da Mesa Diretora; maior vencimento será de R$ 9.540
Projeto corta cargos e salários na Câmara
PEDRO DIAS LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de um acordo frustrado
para cortar funcionários, a Mesa
Diretora da Câmara Municipal
poderá ter dois dos seus sete cargos extintos e perder 19 dos 46 assessores a que tem direito.
As mudanças da reforma administrativa em discussão também
prevêem redução no número de
assessores dos 55 gabinetes, limite
para os gastos dos vereadores
com salários e diminuição de 77%
no número de departamentos.
O projeto de reforma será enviado ao plenário na primeira
quinzena de agosto, quando os
vereadores voltam do recesso.
Na Mesa
Na Mesa Diretora, os postos
ocupados pelos vereadores devem cair de sete para cinco. Atualmente, há dois suplentes, que não
existirão mais. O total de assessores da Mesa -funcionários que
os vereadores podem contratar,
além dos 18 do gabinete- cairá
de 46 para 27 (veja no quadro ao
lado os cortes).
Além disso, o projeto prevê uma
definição específica para cada um
dos postos da Mesa. Hoje, isso
não existe. Na nova distribuição,
o presidente e o vice terão trabalho mais político, e os três secretários, funções mais técnicas.
O primeiro secretário cuidará
do trabalho legislativo, como projetos. O segundo acompanhará
toda a área de recursos humanos
da Câmara. O terceiro, a execução
de contratos e compras.
A proposta de reforma prevê
também um limite de fato para os
altos salários da Câmara.
Atualmente, mesmo depois de
cortes em várias gratificações,
existem funcionários que ganham
R$ 18 mil líquidos. Pelo texto, o
maior salário será equivalente ao
da prefeita Marta Suplicy (PT), de
R$ 9.540 brutos.
Os salários desses funcionários
superam os dos vereadores, que
recebem R$ 7.155 brutos. Descontados o Imposto de Renda e a contribuição para a Previdência, restam R$ 5.461,39 líquidos.
Segundo o vereador Cláudio
Fonseca (PC do B), que articula a
reforma, "essa estrutura remuneratória que permite a formação de
salários de R$ 48 mil acabou". O
valor faz referência aos vencimentos até pouco tempo pagos na Câmara, quando a Mesa decidiu cortar algumas gratificações. Os funcionários entraram na Justiça para tentar manter seus salários.
Com a reforma também deve
haver uma redução drástica no
número de departamentos, de 91
para 21. Alguns locais, como a
barbearia da Casa e o setor de oficina, devem ser extintos.
Nos gabinetes dos vereadores, o
número de assessores também
pode cair. Atualmente, a lei permite até 21 funcionários, mas um
acordo firmado em 2001 baixou
esse teto para 18. Os gastos com
salários, que chegam a R$ 111 mil
em alguns gabinetes, terão limite
de cerca de R$ 70 mil.
Reforma que não sai
O projeto que será discutido
agora é o quarto desde o início da
década de 1990. Nas últimas tentativas, ocorreram poucos avanços. Desta vez, também deve haver resistências, de funcionários
da Câmara e de vereadores.
Edivaldo Estima (PPS), por
exemplo, afirma que "temos de
enxugar, mas dos gabinetes não
tem mais de onde tirar". O vereador foi um dos que se recusaram a
cortar cargos na Mesa, em maio.
Para Tita Dias (PT), é necessária
uma redução das gratificações,
mas a reforma precisa dar mais
infra-estrutura aos gabinetes. "De
que adiantam 18 assessores com
só um computador?", questiona.
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