|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
No centro, desocupação é adiada
DA REPORTAGEM LOCAL
Mesmo com a reintegração de
posse determinada desde sexta-feira passada pela Justiça, as famílias que invadiram o prédio do
antigo hotel Terminus, na avenida Ipiranga (centro de SP), devem
continuar lá pelo menos até amanhã, quando se reúnem com a polícia e o proprietário do imóvel.
Os sem-teto querem que a decisão judicial seja adiada porque
quinta-feira se encontrarão com
representantes da Caixa Econômica Federal e das secretarias da
Habitação do Estado e do município. Na pauta de discussão estão
formas possíveis de o movimento
conseguir comprar os prédios invadidos há uma semana.
Cerca de 2.500 famílias ainda
ocupam três edifícios particulares
na capital paulista. Segundo o advogado do MSTC (Movimento
Sem-Teto do Centro, que liderou
as invasões), Manoel Del Rio, um
documento indicando 20 prédios
vazios no centro da cidade será
apresentado quinta, na reunião.
Segundo a imobiliária que negocia a venda do edifício da Ipiranga, o dono do local está aberto
a fazer negócio com os sem-teto.
Troca de acusações
A prefeita Marta Suplicy (PT) e
o secretário estadual da Habitação, Barjas Negri, trocaram acusações ontem por conta das invasões em prédios da região central.
Marta afirmou que a CDHU
possui recursos para enfrentar a
crise habitacional, mas que a
companhia tem privilegiado cidades do interior.
Para Negri, a declaração da prefeita representa desinformação.
Segundo ele, das 70 mil unidades
habitacionais em construção no
Estado, 19.571 unidades (27,9%)
estão na capital. "São Paulo tem
26% da população".
O secretário municipal da Habitação, Paulo Teixeira, afirmou
que a crítica de Marta se referia à
diminuição das relações entre a
prefeitura e o Estado. "Desde que
o Barjas chegou, ele trancou a relação com a prefeitura."
Texto Anterior: Resistências emperram negociação Próximo Texto: Legislativo: Projeto corta cargos e salários na Câmara Índice
|