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São Paulo, terça-feira, 29 de julho de 2003

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No centro, desocupação é adiada

DA REPORTAGEM LOCAL

Mesmo com a reintegração de posse determinada desde sexta-feira passada pela Justiça, as famílias que invadiram o prédio do antigo hotel Terminus, na avenida Ipiranga (centro de SP), devem continuar lá pelo menos até amanhã, quando se reúnem com a polícia e o proprietário do imóvel.
Os sem-teto querem que a decisão judicial seja adiada porque quinta-feira se encontrarão com representantes da Caixa Econômica Federal e das secretarias da Habitação do Estado e do município. Na pauta de discussão estão formas possíveis de o movimento conseguir comprar os prédios invadidos há uma semana.
Cerca de 2.500 famílias ainda ocupam três edifícios particulares na capital paulista. Segundo o advogado do MSTC (Movimento Sem-Teto do Centro, que liderou as invasões), Manoel Del Rio, um documento indicando 20 prédios vazios no centro da cidade será apresentado quinta, na reunião.
Segundo a imobiliária que negocia a venda do edifício da Ipiranga, o dono do local está aberto a fazer negócio com os sem-teto.

Troca de acusações
A prefeita Marta Suplicy (PT) e o secretário estadual da Habitação, Barjas Negri, trocaram acusações ontem por conta das invasões em prédios da região central.
Marta afirmou que a CDHU possui recursos para enfrentar a crise habitacional, mas que a companhia tem privilegiado cidades do interior.
Para Negri, a declaração da prefeita representa desinformação. Segundo ele, das 70 mil unidades habitacionais em construção no Estado, 19.571 unidades (27,9%) estão na capital. "São Paulo tem 26% da população".
O secretário municipal da Habitação, Paulo Teixeira, afirmou que a crítica de Marta se referia à diminuição das relações entre a prefeitura e o Estado. "Desde que o Barjas chegou, ele trancou a relação com a prefeitura."


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