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São Paulo, terça-feira, 29 de julho de 2003

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ADMINISTRAÇÃO

Policiais, fiscais e guardas-civis bloquearam a região e liberaram só o trabalho dos 81 ambulantes autorizados

Operação barra camelô ilegal na 25 de Março

DO "AGORA"

Uma ação conjunta da Prefeitura de São Paulo e do governo do Estado impediu ontem a montagem das barracas dos camelôs irregulares em toda a região da rua 25 de Março (centro da capital).
Às 23h de domingo, os homens começaram a chegar -cem PMs, cem fiscais da Subprefeitura da Sé e 180 guardas-civis.
Quando os camelôs apareceram, às 3h, não havia como instalar as barracas. Esses primeiros afetados pela ação eram os ambulantes da chamada "feirinha" -uma espécie de mercadão atacadista, que funciona das 4h às 8h.
Como resultado da ação, durante todo o dia apenas 81 camelôs que têm licença para trabalhar puderam montar as barracas na região. De braços cruzados, nas calçadas, ficaram muitos dos cerca de 3.000 ambulantes sem TPU (Termo de Permissão de Uso).
Apesar de um certo clima de tensão, não houve confronto, mas os camelôs prometem retornar hoje ao trabalho. A prefeitura diz que isso não ocorrerá, pois a fiscalização ficará 24 horas nas ruas.

Na Justiça
A ocupação das ruas do centro da cidade é a resposta da prefeitura a uma ordem judicial, segundo a qual ela tem de retirar todos os camelôs ilegais da região central até meados de agosto.
Se isso não acontecer, a administração municipal está sujeita a arcar com uma multa de R$ 10 mil por dia -a ser cobrada se houver atraso e tão logo um recurso da prefeitura seja analisado.
Segundo o chefe de fiscalização da Subprefeitura da Sé, Valdecir Almeida, a operação de saturação do centro continuará nas próximas semanas.
A prefeitura diz que, ao todo, 1.244 camelôs podem se instalar nos oito distritos da região: Sé, República, Liberdade, Cambuci, Santa Cecília, Bom Retiro, Bela Vista e Consolação.
Mas o comércio ambulante no centro velho -praça da Sé, as ruas Direita, São Bento, 15 de Novembro, Barão de Itapetininga e 7 de Abril, e os viadutos do Chá e Santa Ifigênia- está proibido.

De surpresa
O organizador da "feirinha da madrugada", Luciano Carvalho, disse não se conformar com a operação. "Se eles [prefeitura] nos tirarem daqui, serão mais milhares de desempregados. Não somos bandidos", disse.
Sacoleiros de outras cidades e até mesmo de outros Estados foram pegos de surpresa. "Viemos em 25 pessoas de Cachoeiro do Itapemirim, no Espírito Santo, para fazer compras, principalmente na "feirinha da madrugada'", afirmou o motorista do ônibus, Júlio Raimundo Neto, 44.


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