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ADMINISTRAÇÃO
Policiais, fiscais e guardas-civis bloquearam a região e liberaram só o trabalho dos 81 ambulantes autorizados
Operação barra camelô ilegal na 25 de Março
DO "AGORA"
Uma ação conjunta da Prefeitura de São Paulo e do governo do
Estado impediu ontem a montagem das barracas dos camelôs irregulares em toda a região da rua
25 de Março (centro da capital).
Às 23h de domingo, os homens
começaram a chegar -cem PMs,
cem fiscais da Subprefeitura da Sé
e 180 guardas-civis.
Quando os camelôs apareceram, às 3h, não havia como instalar as barracas. Esses primeiros
afetados pela ação eram os ambulantes da chamada "feirinha"
-uma espécie de mercadão atacadista, que funciona das 4h às 8h.
Como resultado da ação, durante todo o dia apenas 81 camelôs
que têm licença para trabalhar
puderam montar as barracas na
região. De braços cruzados, nas
calçadas, ficaram muitos dos cerca de 3.000 ambulantes sem TPU
(Termo de Permissão de Uso).
Apesar de um certo clima de
tensão, não houve confronto, mas
os camelôs prometem retornar
hoje ao trabalho. A prefeitura diz
que isso não ocorrerá, pois a fiscalização ficará 24 horas nas ruas.
Na Justiça
A ocupação das ruas do centro
da cidade é a resposta da prefeitura a uma ordem judicial, segundo
a qual ela tem de retirar todos os
camelôs ilegais da região central
até meados de agosto.
Se isso não acontecer, a administração municipal está sujeita a
arcar com uma multa de R$ 10 mil
por dia -a ser cobrada se houver
atraso e tão logo um recurso da
prefeitura seja analisado.
Segundo o chefe de fiscalização
da Subprefeitura da Sé, Valdecir
Almeida, a operação de saturação
do centro continuará nas próximas semanas.
A prefeitura diz que, ao todo,
1.244 camelôs podem se instalar
nos oito distritos da região: Sé,
República, Liberdade, Cambuci,
Santa Cecília, Bom Retiro, Bela
Vista e Consolação.
Mas o comércio ambulante no
centro velho -praça da Sé, as
ruas Direita, São Bento, 15 de Novembro, Barão de Itapetininga e 7
de Abril, e os viadutos do Chá e
Santa Ifigênia- está proibido.
De surpresa
O organizador da "feirinha da
madrugada", Luciano Carvalho,
disse não se conformar com a
operação. "Se eles [prefeitura] nos
tirarem daqui, serão mais milhares de desempregados. Não somos bandidos", disse.
Sacoleiros de outras cidades e
até mesmo de outros Estados foram pegos de surpresa. "Viemos
em 25 pessoas de Cachoeiro do
Itapemirim, no Espírito Santo,
para fazer compras, principalmente na "feirinha da madrugada'", afirmou o motorista do ônibus, Júlio Raimundo Neto, 44.
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