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Vítimas são escoltadas
DA SUCURSAL DO RIO
Após mais de 24 horas de espera, oito vítimas do Palace 2 saíram
da central de compensações do
Banco do Brasil, no fim da manhã, com o dinheiro em sacos
plásticos. Levaram R$ 113.578,13
cada e saíram em comboio, escoltados por 22 seguranças.
A médica Bárbara Martins, 48,
que perdeu a filha Luíza, 12, no
acidente, disse que foi forçada a
rememorar o episódio. "De certa
forma, revivi tudo", disse ela.
Presidente da associação de vítimas, a advogada Rauliete Barbosa
Guedes, que passou 24 horas sem
dormir e sem comer dentro da
agência, disse que usará o dinheiro para pagar a dívida contraída
na compra de um apartamento.
O conferente de cargas José Alberto Ferreira, 58, afirmou que
pagará suas dívidas. Ele mora em
um hotel desde o desabamento do
Palace 2 e divide um quarto com a
mulher, uma neta e uma enteada.
"Foi uma pequena conquista,
mas vamos continuar lutando",
disse ele, que deve permanecer no
hotel, custeado por Sérgio Naya.
Atualmente, 26 famílias que habitavam o Palace 2 moram no hotel Atlântico Sul, no Recreio dos
Bandeirantes (zona oeste do Rio).
O juiz estadual Luiz Felipe Salomão expediu mandados de busca
e apreensão para que as oito famílias fossem indenizadas anteontem. Como a agência não tinha o
dinheiro, o banco informou que
mandaria um carro-forte, o que
não ocorreu. O juiz decidiu que os
funcionários só sairiam da agência depois de o dinheiro ser trazido. Ninguém dormiu. Alguns comeram marmitas ou sanduíches.
"Os funcionários subiam na janela, gritavam. Era uma situação absurda", disse Martins.
"Teve gente que passou mal.
Chegou ao limite do intolerável",
disse Marcelo Rodrigues, funcionário do banco. Os empregados
foram liberados às 6h, quando as
vítimas seguiram para o centro de
compensação do Banco do Brasil,
onde receberam o dinheiro.
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