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TRAGÉDIA EM CONGONHAS/FAMÍLIAS
Famílias aguardam com angústia liberação de corpos
Mais de dez dias após o acidente, 99 das 199 vítimas ainda não foi reconhecida
Reportagem acompanhou na última semana o dia-a-dia de quatro famílias que esperam a identificação
de vítimas do acidente
DANIELA TÓFOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Incontáveis idas ao IML
(Instituto Médico Legal), reuniões sobre identificação dos
mortos, valores de indenizações e boletins de ocorrências,
encontros com psicólogas, missas de sétimo dia.
Depois do choque de saber
que seus parentes foram vítimas do acidente da TAM, famílias de várias partes do país vivem agora dias de angústia à espera do reconhecimento dos
corpos. Algumas voltaram para
suas cidades, outras continuam
alojadas em hotéis em São Paulo. Todas torcem para que a
identificação ocorra o mais rapidamente possível.
Na última semana, a Folha
acompanhou o dia-a-dia de
quatro famílias que aguardam
um telefonema do IML informando que o corpo foi encontrado. Uma recebeu a notícia
na sexta-feira. Outra, teve dois
familiares identificados, mas
ainda faltam outros dois. As demais continuam sem nenhuma
informação. O tempo, para
elas, se arrasta.
Das 199 vítimas, 100 tinham
sido identificadas até ontem. O
trabalho dos legistas segue sem
intervalos, mas não há nenhum
prazo para que termine. Além
disso, várias das vítimas não
poderão ser identificadas nem
por exame de DNA. Isso porque há corpos que, de tão queimados, ficaram calcinados, ou
seja, reduzidos a cinzas, o que
impossibilita qualquer tipo de
identificação.
Enquanto isso, os parentes
tentam se adaptar a uma nova
vida e contam como têm sido
os últimos dias. Para os que esperam os corpos, é um velório
que não tem fim.
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