São Paulo, quinta-feira, 29 de agosto de 2002

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PANORÂMICA

CASO TIM LOPES

Traficante depõe e nega envolvimento em assassinato de jornalista
Apontado pela polícia como um dos assassinos do jornalista Tim Lopes, o traficante Ratinho depôs ontem no fórum do Rio e negou envolvimento no crime.
Ratinho afirmou que seu verdadeiro nome é Cláudio Orlando do Nascimento e que, na noite do assassinato ( 2 de junho), estava em Ipanema (zona sul do Rio) na casa da mãe de sua filha.
O advogado do traficante, Paulo Cuzzuol, disse que vai decidir se relacionará a mulher, cujo nome não foi revelado, como testemunha de defesa, para confirmar o álibi apresentado pelo cliente. Cuzzuol apresentou uma certidão de nascimento de Ratinho, que usa várias identidades.
Tim Lopes foi capturado na favela Vila Cruzeiro (Penha, zona norte), torturado e morto. Para a polícia, o crime foi cometido por nove traficantes liderados por Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, chefe da venda de drogas no complexo do Alemão (zona norte) e um dos líderes da facção criminosa CV (Comando Vermelho).
Interrogado pelo juiz Alexandre Abraão, do 1º Tribunal do Júri, Ratinho disse que não é traficante, embora tenha sido filmado empunhando uma arma na reportagem "Feirão das Drogas", feita por Lopes e transmitida pela Rede Globo, onde o jornalista trabalhava. Ao juiz, ele disse que é cobrador de Kombi.
Ratinho disse que não conhecia Lopes e nenhum dos outros oito denunciados pelo crime -nem mesmo Elias Maluco, único ainda foragido.
Além de Ratinho, cinco denunciados estão presos e dois morreram. Ângelo Ferreira da Silva, o Primo, é quem mais tem dado informações à polícia. Em depoimento, ele relatou a suposta participação de Ratinho e Elias Maluco no assassinato.
Ontem, Ratinho disse ao juiz que Primo deve ter sido torturado pela polícia para acusá-lo de envolvimento no crime.
(DA SUCURSAL DO RIO)


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