São Paulo, quinta-feira, 29 de agosto de 2002

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ADMINISTRAÇÃO

Redução no orçamento, que não estava prevista, faz com que o número de equipes em projeto caia de 800 para 600

Corte reduz meta de programa de saúde

FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL

Por causa do corte no Orçamento municipal, a Prefeitura de São Paulo já reduziu a meta de uma de suas principais políticas, o PSF (Programa Saúde da Família).
Durante evento do programa ontem, a coordenadora Anna Maria Chiesa informou que a Secretaria Municipal da Saúde deve fechar este ano com 600 equipes no programa -a previsão era de 800. Pelo menos 120 mil famílias continuarão sem a assistência do PSF, se isso ocorrer.
O programa federal, que deve ser implementado pelas prefeituras, valoriza o atendimento ambulatorial por meio de equipes com médicos, enfermeiros e agentes comunitários de saúde.
O secretário da Saúde, Eduardo Jorge, informou que a secretaria, como outras pastas, teve um corte no seu orçamento, de 8%, por causa da queda da arrecadação do município, atribuída à retração da atividade econômica. A prefeitura previa que a área da saúde seria poupada dessa redução.
O secretário estima que o corte signifique R$ 52 milhões a menos -uma perda de 4% do total orçado para o setor neste ano, R$ 1,3 bilhão. "Não quero falar. Acho que vou conseguir recuperar [o valor". Preciso recuperar. Ainda não me conformei", diz Jorge.
A assessoria da prefeita Marta Suplicy (PT) disse que o corte da saúde ficou abaixo da queda da arrecadação (10%) e que o índice obrigatório de investimento na área, 15% da receita de impostos, foi mantido. "Gastamos acima de 15%", disse o secretário da Comunicação, José Américo Dias.
A prefeitura tem hoje 445 equipes completas do PSF trabalhando. Outras 126 ainda operam sem médicos. "Já somos o maior PSF do país", diz Jorge. Segundo a prefeitura, 2,3 milhões de paulistanos já são atendidos pelo programa.
O evento de ontem, que teve homenagem aos agentes, lotou a quadra da escola de samba Rosas de Ouro, na zona norte, onde cabem cerca de 6.000 pessoas. O novo site do programa foi exibido, agentes receberam kits, ouviram discursos e uma orquestra. Cem ônibus levaram os homenageados; 4.000 lanches foram distribuídos. Equipes de plantão permaneceram nos postos de saúde.
Anna Maria informou que a prefeitura usou cerca de R$ 70 mil no evento, verba repassada pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) para seminários, publicações e assessoria técnica. "É muito importante que a prefeitura valorize e incentive o trabalho deles", afirmou Eduardo Jorge.


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