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ADMINISTRAÇÃO
Redução no orçamento, que não estava prevista, faz com que o número de equipes em projeto caia de 800 para 600
Corte reduz meta de programa de saúde
FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
Por causa do corte no Orçamento municipal, a Prefeitura de São
Paulo já reduziu a meta de uma de
suas principais políticas, o PSF
(Programa Saúde da Família).
Durante evento do programa
ontem, a coordenadora Anna
Maria Chiesa informou que a Secretaria Municipal da Saúde deve
fechar este ano com 600 equipes
no programa -a previsão era de
800. Pelo menos 120 mil famílias
continuarão sem a assistência do
PSF, se isso ocorrer.
O programa federal, que deve
ser implementado pelas prefeituras, valoriza o atendimento ambulatorial por meio de equipes
com médicos, enfermeiros e
agentes comunitários de saúde.
O secretário da Saúde, Eduardo
Jorge, informou que a secretaria,
como outras pastas, teve um corte
no seu orçamento, de 8%, por
causa da queda da arrecadação do
município, atribuída à retração da
atividade econômica. A prefeitura
previa que a área da saúde seria
poupada dessa redução.
O secretário estima que o corte
signifique R$ 52 milhões a menos
-uma perda de 4% do total orçado para o setor neste ano, R$ 1,3
bilhão. "Não quero falar. Acho
que vou conseguir recuperar [o
valor". Preciso recuperar. Ainda
não me conformei", diz Jorge.
A assessoria da prefeita Marta
Suplicy (PT) disse que o corte da
saúde ficou abaixo da queda da
arrecadação (10%) e que o índice
obrigatório de investimento na
área, 15% da receita de impostos,
foi mantido. "Gastamos acima de
15%", disse o secretário da Comunicação, José Américo Dias.
A prefeitura tem hoje 445 equipes completas do PSF trabalhando. Outras 126 ainda operam sem
médicos. "Já somos o maior PSF
do país", diz Jorge. Segundo a prefeitura, 2,3 milhões de paulistanos
já são atendidos pelo programa.
O evento de ontem, que teve homenagem aos agentes, lotou a
quadra da escola de samba Rosas
de Ouro, na zona norte, onde cabem cerca de 6.000 pessoas. O novo site do programa foi exibido,
agentes receberam kits, ouviram
discursos e uma orquestra. Cem
ônibus levaram os homenageados; 4.000 lanches foram distribuídos. Equipes de plantão permaneceram nos postos de saúde.
Anna Maria informou que a
prefeitura usou cerca de R$ 70 mil
no evento, verba repassada pela
Unesco (Organização das Nações
Unidas para a Educação, Ciência
e Cultura) para seminários, publicações e assessoria técnica. "É
muito importante que a prefeitura valorize e incentive o trabalho
deles", afirmou Eduardo Jorge.
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