|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CET bate recorde de carros guinchados
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
A quantidade de veículos guinchados em São Paulo por estacionamento irregular bateu recorde
no mês passado, quando a CET
fez 1.460 remoções -63 por dia
útil-, 288% a mais do que a média mensal de 2001 e 359% a mais
do que a média dos três primeiros
meses deste ano.
O motivo para a explosão dos
casos são as regras da contratação
feita pela CET (Companhia de
Engenharia de Tráfego) com a
Marthas Serviços Gerais, que começou a vigorar em abril. Ela estabeleceu, no prazo de 90 dias, a
ampliação de 15 para 35 do número de guinchos -alta de 133%-
e mudanças na forma de remuneração da prestadora do serviço.
A antiga responsável pelas remoções, a Profilm, cujos donos
são os mesmos da Marthas, recebia do poder público um valor fixo mensal, de R$ 6.000, pela disponibilização de cada guincho.
No novo contrato, a Marthas
passou a receber de acordo com a
quantidade de veículos guinchados -R$ 194 por unidade. O modelo é adotado em outros municípios, mas, conforme publicou a
Folha em abril, os preços pagos
na capital paulista são 288% superiores aos do Rio de Janeiro.
Essa remuneração elevou a produtividade dos guinchos contratados pela CET. Em 2001, cada
guincho fazia, em média, 25 remoções por mês. No primeiro trimestre deste ano, o índice era de
21. Em julho, quando todos os 35
veículos foram disponibilizados,
a média dobrou, saltando para 42.
Antonio Luiz Pavão de Farias,
gerente de suporte da CET, considera que a elevação do número de
veículos guinchados é justificada
pela "demanda reprimida" existente. Ele diz que não havia condições de atendê-la por dois motivos: número limitado de guinchos e lotação dos pátios.
Pavão de Farias descarta a ingerência da prestadora do serviço.
"As remoções são determinadas
por iniciativa dos operadores da
CET." No novo contrato, a Marthas também ficou responsável
por oferecer quatro pátios para
abrigar veículos. A diária de R$ 16
fica com a empresa.
Na licitação, não houve disputa
de preços. A Marthas, que ofereceu R$ 194 por remoção, só R$ 1
abaixo do limite dos editais, foi a
única que atendeu às exigências
da CET, das 11 empresas que manifestaram interesse. Só ela tinha
um equipamento para remoções
laterais -que não é exigido no
restante do país.
Os veículos guinchados podem
ser leiloados pela prefeitura caso
não sejam retirados dos pátios
após 90 dias. O primeiro leilão, de
378 veículos, será feito amanhã.
Texto Anterior: Publicidade irregular: Novo sistema começa pelo centro Próximo Texto: Educação: Aumenta número de crianças em creches Índice
|