|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EDUCAÇÃO
Censo Escolar de 2002, do MEC, revela crescimento de vagas no ensino infantil, mas em ritmo mais lento que em outros anos
Aumenta número de crianças em creches
ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO
Do ano passado para este ano, o
número de alunos matriculados
em creches aumentou 5,3%. Foi o
maior aumento verificado em todos os níveis de ensino, de acordo
com o Censo Escolar de 2002, que
o Ministério da Educação divulga
hoje. Na pré-escola, a variação de
2001 para 2002 foi de 3,2%.
Esse crescimento, no entanto,
foi menor do que o verificado nos
últimos três anos e mostra que o
próximo presidente da República
terá de concentrar esforços na
educação infantil para cumprir as
metas, comuns nos programas de
todos os principais candidatos, de
expansão significativa do setor.
De 99 para 2000, o número de
alunos matriculados em creche
teve aumento de 10,2%, enquanto
no período de 2000 para 2001 a
variação foi de 19,2%. O mesmo
aconteceu com a pré-escola, onde
a variação de 99 para 2000 foi de
4,4% e de 2000 para 2001, de 9%.
Segundo o ministério, 1,2 milhão de crianças foram matriculadas em creches neste ano. O Censo do IBGE de 2000 mostra que a
população de zero a três anos, em
idade de creche, era de 13,1 milhões no ano do levantamento.
A mesma situação acontece na
pré-escola (quatro a seis anos).
Nesse nível de ensino, há 4,9 milhões de crianças matriculadas
em 2002, de acordo com o ministério. Em 2000, o IBGE mostrou
que a população na faixa etária
era de 10,3 milhões de brasileiros.
A educação infantil foi a área
que sofreu mais críticas no primeiro mandato do presidente
Fernando Henrique Cardoso
(1995-1998), por causa da queda
nas matrículas.
A queda ocorreu no mesmo período em que foi implementado o
Fundef, fundo que garantiu recursos para o ensino fundamental
(sete a 14 anos).
O ministro da Educação, Paulo
Renato Souza, afirma que o aumento verificado no segundo governo (1999-2002) é fruto da adequação dos municípios ao fundo.
Além desses números das creches e pré-escolas, o censo do
MEC confirma a tendência de
crescimento no ensino médio e na
educação de jovens e adultos,
além da diminuição do número
de alunos matriculados no ensino
fundamental, o que não significa,
necessariamente, que os alunos
estejam abandonando a escola.
A queda nas taxas de repetência
faz com que diminua, ano a ano, o
número de alunos no ensino fundamental com idade superior à
indicada para a série. É o caso, por
exemplo, de um adolescente de 16
anos matriculado na 8ª série do
ensino fundamental, em que a
idade normal seria de 14 anos.
O censo mostra preocupante redução no número de alunos em
creches no Norte, onde houve
queda de 1,1% no número de
crianças. Na pré-escola, quatro
Estados do Norte (RO, RR, AP e
TO) e quatro do Nordeste (CE,
PB, AL e SE) registraram queda
nas matrículas. Analisando a tendência dos últimos sete anos, os
dados de queda são mais preocupantes em dois dos Estados mais
pobres do Brasil: Piauí e Alagoas.
Em Alagoas, houve decréscimo
de 17% no número de alunos matriculados em pré-escolas de 96
para 2002. No Piauí, a redução foi
de 16,2%.
Em São Paulo, os dados indicam um aumento superior à média do Brasil e do Sudeste na educação infantil (zero a seis anos).
Nas creches, a variação foi de 8,1%
no Estado, enquanto nas pré-escolas ela ficou em 5,8%.
Texto Anterior: CET bate recorde de carros guinchados Próximo Texto: Infância: Bebê tido como morto é devolvido à mãe no CE Índice
|