São Paulo, quinta-feira, 29 de agosto de 2002

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EDUCAÇÃO

Censo Escolar de 2002, do MEC, revela crescimento de vagas no ensino infantil, mas em ritmo mais lento que em outros anos

Aumenta número de crianças em creches

ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO

Do ano passado para este ano, o número de alunos matriculados em creches aumentou 5,3%. Foi o maior aumento verificado em todos os níveis de ensino, de acordo com o Censo Escolar de 2002, que o Ministério da Educação divulga hoje. Na pré-escola, a variação de 2001 para 2002 foi de 3,2%.
Esse crescimento, no entanto, foi menor do que o verificado nos últimos três anos e mostra que o próximo presidente da República terá de concentrar esforços na educação infantil para cumprir as metas, comuns nos programas de todos os principais candidatos, de expansão significativa do setor.
De 99 para 2000, o número de alunos matriculados em creche teve aumento de 10,2%, enquanto no período de 2000 para 2001 a variação foi de 19,2%. O mesmo aconteceu com a pré-escola, onde a variação de 99 para 2000 foi de 4,4% e de 2000 para 2001, de 9%.
Segundo o ministério, 1,2 milhão de crianças foram matriculadas em creches neste ano. O Censo do IBGE de 2000 mostra que a população de zero a três anos, em idade de creche, era de 13,1 milhões no ano do levantamento.
A mesma situação acontece na pré-escola (quatro a seis anos). Nesse nível de ensino, há 4,9 milhões de crianças matriculadas em 2002, de acordo com o ministério. Em 2000, o IBGE mostrou que a população na faixa etária era de 10,3 milhões de brasileiros.
A educação infantil foi a área que sofreu mais críticas no primeiro mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-1998), por causa da queda nas matrículas.
A queda ocorreu no mesmo período em que foi implementado o Fundef, fundo que garantiu recursos para o ensino fundamental (sete a 14 anos).
O ministro da Educação, Paulo Renato Souza, afirma que o aumento verificado no segundo governo (1999-2002) é fruto da adequação dos municípios ao fundo.
Além desses números das creches e pré-escolas, o censo do MEC confirma a tendência de crescimento no ensino médio e na educação de jovens e adultos, além da diminuição do número de alunos matriculados no ensino fundamental, o que não significa, necessariamente, que os alunos estejam abandonando a escola.
A queda nas taxas de repetência faz com que diminua, ano a ano, o número de alunos no ensino fundamental com idade superior à indicada para a série. É o caso, por exemplo, de um adolescente de 16 anos matriculado na 8ª série do ensino fundamental, em que a idade normal seria de 14 anos.
O censo mostra preocupante redução no número de alunos em creches no Norte, onde houve queda de 1,1% no número de crianças. Na pré-escola, quatro Estados do Norte (RO, RR, AP e TO) e quatro do Nordeste (CE, PB, AL e SE) registraram queda nas matrículas. Analisando a tendência dos últimos sete anos, os dados de queda são mais preocupantes em dois dos Estados mais pobres do Brasil: Piauí e Alagoas.
Em Alagoas, houve decréscimo de 17% no número de alunos matriculados em pré-escolas de 96 para 2002. No Piauí, a redução foi de 16,2%.
Em São Paulo, os dados indicam um aumento superior à média do Brasil e do Sudeste na educação infantil (zero a seis anos). Nas creches, a variação foi de 8,1% no Estado, enquanto nas pré-escolas ela ficou em 5,8%.


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