São Paulo, quarta-feira, 29 de agosto de 2007

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Ministro afirma que ordem no governo é despartidarizar cargos na diretoria da Anac

LEILA SUWWAN
ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Após anunciar que a ordem no governo é promover a "completa despartidarização da Agência Nacional de Aviação Civil e da Infraero", Nelson Jobim (Defesa) disse que está com dificuldades para achar novos diretores, pois os cargos são considerados "abacaxis".
Sem citar casos específicos, ele criticou as novas tentativas de indicações políticas aos postos abertos, por considerar que os apadrinhados não podem ser demitidos e não têm obrigações com suas chefias.
Nenhum deputado aprofundou, na CPI, sobre o reconhecimento implícito de "partidarização" dos dois órgãos. A Infraero é considerada uma empresa "loteada" entre aliados de Lula. Na Anac, ao menos um diretor, Leur Lomanto, é considerado indicado do PMDB, mesmo partido de Jobim.
As considerações foram feitas depois de anunciar a renúncia do diretor de Segurança Operacional da Anac, Jorge Velozo. "É chegado o momento de permitir que outras personagens atuem nesse cenário, com novas idéias, embora os mesmos ideais", disse Velozo, em sua carta de demissão.
Antes dele, Denise Abreu - investigada por suspeita de fraude processual, improbidade administrativa e falsidade ideológica- já renunciara. Jobim não confirmou se Josef Barat também deixou o cargo.
Ao ser questionado pelo deputado Marco Maia (PT-RS), sobre a "fritura" simultânea da diretoria, respondeu: "Se quiserem pedir demissão, que peçam, eu resolvo o problema. Não aceito ameaça".
Sobre a falta de nomes para compor a diretoria, Jobim comentou que "pessoas não gostam de ir onde há problemas".
Também pediu apoio para derrubar veto de Lula à lei da Anac, de forma a permitir a demissão de diretores nos casos de desobediência às políticas públicas.
A Folha apurou que Jobim foi aconselhado a dar chance aos diretores que permanecem, em especial ao presidente, Milton Zuanazzi. Petista, ele tem o apoio dos ministros Walfrido dos Mares Guia (Relações Institucionais) e Dilma Rousseff (Casa Civil).

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