São Paulo, quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Sem verba, hospital universitário do CE ameaça parar

Centro universitário de Fortaleza, que faz cirurgias cardíacas e transplantes, tem dívida de R$ 2 milhões, segundo diretor

Paralisação deve agravar ainda mais quadro da saúde no CE, onde cardiologistas já deixaram de atender hospitais privados pelo SUS

KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

A falta de recursos para pagar fornecedores ameaça parar um dos únicos hospitais públicos que fazem cirurgias cardíacas em Fortaleza, o Hospital Universitário Walter Cantídio, vinculado à UFC (Universidade Federal do Ceará).
A possível interrupção pode agravar ainda mais a fila de pacientes à espera de cirurgias cardíacas no hospital de referência do Estado na especialidade, o Hospital de Messejana.
A demanda por cirurgias em Messejana tem aumentado nos últimos dias por causa da recusa de médicos cardiologistas em fazer operações pagas pelo SUS em hospitais privados conveniados em Fortaleza.
O hospital universitário realiza cerca de 15 cirurgias cardíacas por mês.
Em reunião anteontem com representantes das secretarias da Saúde estadual e municipal, o diretor da unidade, Silvio Rocha, disse que a dívida da instituição é de R$ 2 milhões e que, sem a entrada de mais recursos, a única alternativa será a suspensão das cirurgias. O hospital é mantido só pelo governo federal. A direção tenta buscar o apoio do governo do Ceará e da Prefeitura de Fortaleza.
Para o secretário-executivo da Saúde do Estado, José Arruda Bastos, a solução para contemplar os médicos cardiologistas será o reajuste da tabela do SUS, que está sendo discutido pelo Ministério da Saúde.
Segundo Olavo Magalhães, diretor técnico do Messejana, eram 75 pacientes ontem à espera de cirurgia. "Continuamos operando normalmente. Mas ao mesmo tempo em que a fila diminui, pacientes chegam." O hospital faz cerca de 80 cirurgias cardíacas por mês, mas manda outros 50 pacientes para hospitais credenciados.

Pernambuco
Mesmo com o fim da greve dos médicos da rede estadual de Pernambuco, na maior unidade de urgência do Estado, o Hospital da Restauração, em Recife, pacientes continuam a ser atendidos em macas nos corredores. Segundo o hospital, o problema ocorre porque é grande o número de pessoas que procuram atendimento não-emergencial, que poderia ser feito em postos de saúde.


Colaborou a Agência Folha, em Recife

Texto Anterior: Ex-BBB: Rodrigo Leonel é solto após duas noites
Próximo Texto: Traumatologia do RN ameaça cortar convênio
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.