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Sem verba, hospital universitário do CE ameaça parar
Centro universitário de Fortaleza, que faz cirurgias cardíacas e transplantes, tem dívida de R$ 2 milhões, segundo diretor
Paralisação deve agravar ainda mais quadro da saúde no CE, onde cardiologistas
já deixaram de atender hospitais privados pelo SUS
KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
A falta de recursos para pagar
fornecedores ameaça parar um
dos únicos hospitais públicos
que fazem cirurgias cardíacas
em Fortaleza, o Hospital Universitário Walter Cantídio, vinculado à UFC (Universidade
Federal do Ceará).
A possível interrupção pode
agravar ainda mais a fila de pacientes à espera de cirurgias
cardíacas no hospital de referência do Estado na especialidade, o Hospital de Messejana.
A demanda por cirurgias em
Messejana tem aumentado nos
últimos dias por causa da recusa de médicos cardiologistas
em fazer operações pagas pelo
SUS em hospitais privados conveniados em Fortaleza.
O hospital universitário realiza cerca de 15 cirurgias cardíacas por mês.
Em reunião anteontem com
representantes das secretarias
da Saúde estadual e municipal,
o diretor da unidade, Silvio Rocha, disse que a dívida da instituição é de R$ 2 milhões e que,
sem a entrada de mais recursos,
a única alternativa será a suspensão das cirurgias. O hospital
é mantido só pelo governo federal. A direção tenta buscar o
apoio do governo do Ceará e da
Prefeitura de Fortaleza.
Para o secretário-executivo
da Saúde do Estado, José Arruda Bastos, a solução para contemplar os médicos cardiologistas será o reajuste da tabela
do SUS, que está sendo discutido pelo Ministério da Saúde.
Segundo Olavo Magalhães,
diretor técnico do Messejana,
eram 75 pacientes ontem à espera de cirurgia. "Continuamos
operando normalmente. Mas
ao mesmo tempo em que a fila
diminui, pacientes chegam." O
hospital faz cerca de 80 cirurgias cardíacas por mês, mas
manda outros 50 pacientes para hospitais credenciados.
Pernambuco
Mesmo com o fim da greve
dos médicos da rede estadual
de Pernambuco, na maior unidade de urgência do Estado, o
Hospital da Restauração, em
Recife, pacientes continuam a
ser atendidos em macas nos
corredores. Segundo o hospital,
o problema ocorre porque é
grande o número de pessoas
que procuram atendimento
não-emergencial, que poderia
ser feito em postos de saúde.
Colaborou a Agência Folha, em Recife
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